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Médicos do HDT são investigados por fraudes na folha de pontos

Sete médicos do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia (HDT) são investigados pela direção da unidade e pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) por fraudes na folha de pontos da unidade de saúde. De acordo com as informações divulgadas os médicos são de diversas áreas e o trabalho de investigação teve duração de três meses, que constatou que os profissionais estavam anotado na folha cargas horárias que não foram cumpridas.

De acordo com a matéria da TV Anhanguera, os médicos não estava na unidade de saúde ou estavam atendendo em clínicas particulares. De acordo com a direção da unidade, o prejuízo ao hospital passa dos R$ 600 mil com as fraudes. Vale ressaltar que o HDT além de ser um hospital público, ele recebe dinheiro do governo estadual e federal para se manter.

Segundo a publicação os médicos do HDT envolvidos são concursados e recebem cerca de R$ 15 mil mensais para trabalhar 20 horas por semana. Vale ressaltar que o salário é calculado com base no período que os médicos dizem ter trabalhado, uma vez que eles são dispensados após bater o ponto eletrônico, devido a eles também orientarem estudantes de medicina.

Entre os investigados está o gastroenterologista Rodrigo Sebba, que aparece em imagens do circuito de segurança do dia 28 de janeiro e mostra que ele passa pela catraca às 15h12 e sai às 15h24. Entretanto embora o tempo que ele tenha ficado seja apenas de 12 minutos, a folha de ponto mostra que ele trabalhou seis horas no dia em questão, e após ser notificado da investigação, o profissional pediu demissão do HDT.

O médico não se pronunciou sobre o assunto e afirmou que sempre cumpriu seus horários, e que em mais de 20 anos de profissão ninguém reclamou por isso. Além disto ele alegou que atendeu a todos os pacientes marcados na data em questão.

Em alguns casos Médicos do HDT estavam atendendo em clínicas particulares

No dia 27 de janeiro de 2017, a médica Mayra Ianhez estacionou o carro às 7h11 no hospital, ou seja, chegou uma hora depois do que havia sido registrado na folha de ponto manual, pois ela marcou que teve uma jornada que começou às 6h e terminou às 15h, com intervalo de uma hora entre às 11h30 e 12h30. Porém as câmeras de segurança mostram que a médica foi embora às 12h06. E conforme a publicação Mayra saiu para atender pacientes em uma clínica particular no Setor Sul, em Goiânia, e a consulta com a profissional custa cerca de R$ 400.

O supervisor também é investigado por envolvimento no esquema, o responsável pela fiscalização das folhas manuais de frequência dos médicos é o infectologista Boaventura Braz que coordena a Comissão de Ética do Hospital. A investigação mostra que além de aprovar as fraudes, os documentos demostram que ele também não cumpriu com a carga horária prevista em algumas datas.

De acordo com a publicação na folha de ponto o infectologista afirmou que trabalhou nos dias 17, 24 e 27 de janeiro. Todavia, a direção do hospital, informou que ele não apareceu em nenhum destes dias na unidade. Além do mais as câmeras de segurança do HDT foram vistoriadas, e o médico não aparecem em nenhuma delas.

Outra médica que também foi flagrada saindo antes de cumprir a carga horária, foi a dermatologista Vanessa Gomes Maciel, que estacionou o carro na frente do hospital às 9h11 para começar o atendimento aos pacientes, e às 12h27 as câmeras flagram a dermatologista deixando a unidade.

Na folha de ponto de acordo com a investigação, a médica afirmou que começou a trabalhar às 7h. Além disto o documento que ela assinou é usado para calcular o salário dela no final do mês. O documento revela que a médica recebeu por cerca de cinco horas de trabalho, e cumpriu pouco mais de três. Vanessa não se pronunciou sobre o caso.

No dia 2 de janeiro deste ano o dermatologista Danilo Augusto Teixeira, chegou ao HDT um pouco depois das 8h, mas foi embora por volta das 8h43, conforme registrado pelas câmeras da unidade. Entretanto na folha de ponto o médico antou que entrou às 7h e saiu às 13h, mesmo tendo ficado apenas 40 minutos na unidade, e recebeu por seis horas de trabalho.

Em resposta o médico afirmou que nunca deixou de atender pacientes ou fazer cirurgias, como médico preceptor, que ensina estudantes de medicina.

Em janeiro a médica Camila de Barros Borges antou que trabalhou das 6h às 15h, mas as imagens do circuito de segurança mostram que ela chegou às 9h e saiu às 12h48. Para a TV a médica informou que fica na unidade até a hora que lhe é determinada, que cumpre os horários e orienta os residentes.

Outra investigada é a médica infectologista Luciana de Souza Lima, que no dia 14 de janeiro do ano corrente entrou na unidade por volta das 8h24 e saiu às 12h21, que é uma hora e três minutos a menos do que ela registrou na folha de ponto.

A médica em resposta afirmou não deixou de cumprir com suas funções e horários, e concluiu que tem 86 horas positivas no hospital.

A fraude na folha de pontos foi descoberta pelo próprio hospital, a unidade passou os últimos três meses recolhendo imagens das câmeras de segurança para comprovar a fraude, porém, a direção afirmou que o esquema existe a mais tempo.

O diretor da unidade, Roger Moreira, afirmou que o fato dos números de consultas pelos médicos suspeitos serem menor do que o número de pacientes que eles deveriam atender, foi o que chamou a atenção da direção do HDT.

*Com informações do G1

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