A frota reduzida dos ônibus e o plano que determina que os passageiros viagem sentados, causou atrasos, aglomerações e protestos em Goiânia. Aconteceu no segundo dia útil do transporte público em que houve flexibilização das medidas no combate ao covid-19. Atualmente, nem mesmo a Campanha Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) reconhece a quantidade de ônibus que estão circulando na região metropolitana.
De acordo com a CMTC, são cerca de 700 ônibus que circulam em horários de pico, no início da manhã e no fim da tarde, porém, essa frota foi reduzida após empresas concessionárias ganharem uma liminar na justiça para não atuarem como antes, com exceção a Metrobus, que atua no Eixo Anhanguera.
Foi aprovado na última segunda-feira (21) uma liminar judicial que atende o pedido que alega o desequilíbrio econômico-financeiro em relação a situação do estado pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros em Goiânia (SET). Pelo contrato, o poder público deveria restabelecer o equilíbrio para manter o serviço. A decisão do Juiz Átila Naves Amaral proíbe que a CMTC descumpra o contrato antes de renegociar os encargos de acordo com a situação.
Neste sentido, a CMTC fica impossibilitada de impedir as empresas que não estão agindo conforme o contrato, nem mesmo verificar a quantidade de veículos. O consórcio das empresas (Redemob) afirma que está operando com 100% da frota definida. Porém, os passageiros estão reclamando sobre a dificuldade em embarcar nos veículos e realizando protestos devido a demora. Para evitar aglomerações no sistema metropolitano, há uma decisão em favor da Defensoria Pública Estadual (DPE) que determina o uso total dos ônibus.
Com a frota total de 1.285 ônibus, o transporte é capaz de levar ao mesmo tempo 110 mil pessoas, mas com a frota reduzida e levando somente pessoas sentadas, a quantidade cai para 43 mil. Além disso, é recomendado que, quando todos os assentos estiverem ocupados, os motoristas não parem nas estações para que ninguém mais entre. Essa situação faz com que os passageiros esperem por mais tempo nos terminais causando irritação e aglomeração.
No final da tarde da última quinta-feira (23) usuários protestaram no Setor Bueno após verem os ônibus passando pelo local sem parar. A avenida ficou interditada e a Polícia Militar (PM) foi acionada para liberar o trânsito no local, cerca de uma hora depois. Moradores do Jardim Maranata, em Aparecida de Goiânia também fizeram protestos contra o serviço de transporte coletivo. A Redemob não respondeu se a operação será reforçada nos locais.
Aplicativo "De olho no ônibus" está fora do ar desde março
O aplicativo implantado em 2014 para oferecer maior transparência à operação está fora do ar desde março. Ele mostrava ao poder público e ao usuário a quantidade de ônibus que estavam em operação em tempo real. Era possível observar se o veículo cumpria o horário e levava informação ao CMTC caso descumprisse a planilha projetada.
O motivo da retirada do ar não foi respondida pela Redemob. Segundo a CMTC a medida foi tomada para contenção de gastos. No entanto, o SIMRmtc continua funcionando. O defensor público Tiago Bitalho recomendou a Redemob que restabeleça o aplicativo de modo permanente e para informar sobre a quantidade de ônibus que estão circulando diariamente, a cada hora.
*Com informações do O Popular