A Unidade de Campanha de Águas Lindas de Goiás foi anunciada em 7 de abril e concluída no dia 23, mas a administração ainda não foi entregue ao governo do Estado. Esse é o primeiro hospital de Campanha prometido pelo governo federal, como medida de enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2), que causa a doença Covid-19.
A previsão de construção das obras era de 15 dias, ao custo de R$ 10 milhões. A construção até foi entregue pelo Ministério da Infraestrutura em 23 de abril. Porém, um mês depois do anúncio, o hospital ainda não foi inaugurado.
E também não há uma estimativa de quando os 200 leitos prometidos estarão a disposição da população dos 33 municípios da Região do Entorno, além do Distrito Federal. Isso porque, mesmo com a construção pronta, o local ainda precisará receber equipamentos e profissionais, ambos de responsabilidade do Governo do Estado de Goiás.
Impasse entre os governos
A Secretaria de Saúde de Goiás, informou que "aguarda que o Ministério da Saúde repasse a gestão do hospital para a pasta". O Ministério da Saúde, não informou o motivo do atraso na entrega. Mas declarou que "irá enviar ainda esta semana, ofício para que o governo de Goiás providencie recursos necessários para o pleno funcionamento do Hospital de Campanha, que estão inclusos no contrato".
Durante a construção, o local recebeu a visita do presidente Jair Bolsonaro e do governador de Goiás Ronaldo Caiado. Posteriormente, houve uma troca importante na pasta da saúde. Em 16 de abril, Luis Henrique Mandetta foi demitido por Bolsonaro após divergências sobre o isolamento social, uma das principais medidas recomendadas por autoridades sanitárias, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para conter o avanço da Covid-19. Em substituição Bolsonaro nomeou Nelson Teich para o cargo.
Casos de coronavírus se multiplicam na região
O Hospital de Campanha prometido se faz necessário, pois a Região do Entorno registrou, até a última quinta-feira (7), 2.403 casos de coronavírus, com 45 mortes. Quando as obras em Águas Lindas começaram, eram 532 casos confirmados de Covid-19, com 13 mortos.
Além do hospital de Águas Lindas, o então ministro Mandetta reiterou, em 11 de abril, que o governo iria construir um segundo hospital de Campanha, em Manaus. A capital amazonense, na data, já tinha quase mil casos de coronavírus, sendo a quarta cidade do país com maior incidência da doença em números absolutos.
Questionado sobre a construção do hospital de campanha em Manaus, o Ministério da Saúde informou que o hospital "permanece em análise pela pasta", sem qualquer definição sobre início de obras. Manaus segue como a quarta cidade com mais casos de Covid-19, no registro em 7 de maio havia 5.897 casos confirmados, com 562 mortes.