Os goianos do Entorno do Distrito Federal estão prestes a usufruir de uma obra até então vista como utopia. Lançada há quase 12 anos, a construção do Sistema Produtor Corumbá finalmente começará a operar até o fim de 2020. A retomada da obra foi autorizada pelo governador Ronaldo Caiado e os serviços são executados pela Saneago numa linha de atuação que trabalha mesmo diante da pandemia, por ser um serviço essencial, seguindo todos os protocolos de segurança.
Com o compromisso de destravar obras paralisadas, especialmente nas regiões mais vulneráveis do Estado, Caiado pediu prioridade na conclusão desse empreendimento. Em menos de dois anos, a atual direção da Saneago terá concluído 44,05% da obra, enquanto a gestão anterior arrastou a construção de 55,95% por mais de uma década.
Quando pronta, a estrutura vai retirar água do Lago Corumbá IV para abastecer o Entorno e o próprio DF, beneficiando cerca de 5 milhões de pessoas. O sistema é fruto de consórcio entre a Saneago e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Por parte da empresa goiana, o empreendimento alcançará os moradores de Valparaíso, Novo Gama, Cidade Ocidental e Luziânia. “Daremos àquela população condições de ter água tratada dentro da sua casa”, garantiu o governador.
Até 2018, a história do Sistema Produtor Corumbá, que fica em Luziânia, é carregada de fatos negativos. O serviço foi contratado em agosto de 2008. Durante 10 anos da gestão anterior, a obra só avançou 55,95%. Entre retomadas e paralisações, ainda foi alvo da Operação Decantação, da Polícia Federal, que em 2016 apurou fraudes em licitações e desvios de verbas públicas na Saneago.
Sobre a obra
Diretor de expansão da Saneago, Ricardo Correia explicou os detalhes do que a empresa goiana está realizando: uma adutora de aproximadamente 27 quilômetros de extensão, uma estação de tratamento e uma linha de transmissão de energia elétrica, com 34 quilômetros. “Na primeira fase, que será lançada este ano, a estação terá capacidade para captar 2,8 mil litros por segundo. Ainda haverá a segunda etapa, que deve dobrar [a autonomia]”, disse. Essa produção será dividida entre a Saneago e a Caesb.
O especialista definiu a obra como “gigantesca” sob o ponto de vista da engenharia. “Ela tem estação elevatória, que é a captação. Essa estação tem quatro bombas, cada uma com 16 metros de altura. O bombeamento vai percorrer quase 30 quilômetros, desde o lago até a estação em Valparaíso. E para alimentar essa estação, foi feita linha de energia elétrica”, detalhou.