Em tempos de isolamento social causado pela pandemia, o número de agressão contra a mulher cresceu significamente, o número de prisão em flagrantes em razão da violência doméstica cresceu em Goiás em 14,46 % em comparação antes e depois da pandemia. Com o isolamento as mulheres tem tido dificuldade em denunciar os agressores.
Pensando nessa dificuldade enfrentado pelas mulheres o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram a campanha ‘"Sinal vermelho contra a violência doméstica’’. A campanha conta com a parceria de várias farmácias do país. O Juíz Vitor Umbelino explica que a campanha tem como objetivo auxiliar e facilitar as denúncias dos agressores de forma silenciosa.
"Foi notado pelo sistema de justiça no Brasil uma queda denúncias contra a violência, isso de deve ao fato de que mulheres estão sendo constantemente vigiadas pelos agressores e impedidas de sair de casa pelos parceiros em razão da pandemia, dificultando as denúncias", explica o juíz.
A campanha é extremamente simples e didática, que consiste em a mulher fazer um X vermelho na palma da mão ou papel, seja com uma caneta ou batom. Dessa forma a mulher estará denunciando de forma sigilosa que está sendo vitima de violências doméstica. Vitor ainda ressalta que os atendentes das farmácias estão recendo os cartazes e o material, e estão sendo preparados para fazer o encaminhamento devido às autoridades.
Outras formas de denúncia
Nesse momento de pandemia em que a sociedade se encontra e que se normalizou as reuniões por vídeo chamadas, o que se tornou também uma nova ferramenta para denunciar o agressor. Como mostra um vídeo divulgado na internet de uma mulher que conversa com outra por vídeo.
Em dado momento, ela levanta a palma de uma das mãos, fecha o polegar (fazendo uma espécie de "4") e, em seguida, abaixa todos os dedos, ficando de punho fechado por alguns segundos. Esse sinal indica que ela está sendo vítima de violência doméstica. Imediatamente a amiga paralisa e observa atentamente o gesto que a outra está fazendo. O vídeo comoveu o mundo com a atitude da mulher e incentivou as autoridades a intensificarem as campanhas contra a violência doméstica.
Segundo a psicóloga Taciara Teixeira há os principais pontos que inibem a mulher de denunciar o agressor. "Primeiramente o medo, e por ainda infelizmente a mulher se sentir desprotegida pela sociedade, baixa - auto estima que faz com que a mulher pense que não conseguirá nada melhor do que o companheiro atual.’’ Taciara também ressalta que a Violência doméstica é qualquer manifestação de abuso físico, psicológico, patrimonial ou emocional.
Ainda segundo a psicóloga por traz de todo comportamento agressivo do homem está diretamente ligado à criação e costume que leva o homem a se tornar um agressor. "A chave para impedir que novos agressores se formem, é a educação, precisamos quebrar esse padrão de achar que a violência é normal desde a infância o que pode influenciar diretamente no comportamento do adulto’’, concluí Taciara.