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Dois empresários negociaram empreendimento com ajuda do Padre Robson

Dois empresários, investigados por supostos desvios nas contas das Associações dos Filhos do Pai Eterno (Afipes), alegaram ter contado com uma intervenção do padre Robson, junto à prefeitura da cidade, para tentativa de tirar do papel um empreendimento imobiliário envolvendo a construção de até 6 mil casas, em Trindade, Região Metropolitana de Goiânia.

As negociações de Ademar Euclides Monteiro e Onivaldo Oliveira Costa Júnior foram flagradas em ligações interceptadas com autorização judicial. Os citados negam qualquer irregularidade.

Em uma das ligações, efetuada em 5 de março deste ano, às 11h07, os empresários tratam sobre a liberação de licenças para iniciar as construções. Sobre o processo supostamente parado na administração de Trindade, Onivaldo Júnior diz que aquele "menino lá, agora é só se pedir o Pai Eterno, porque eu acho que nem o padre está atendendo mais não".

Júnior segue falando sobre a situação, diz que o secretário do padre havia dito que dependia de uma reunião com o sacerdote, para ir com ele a prefeitura. O diálogo, porém, não cita qual o valor seria gasto no empreendimento.

Segundo as transcrições dos áudios interceptados pelo MP, "[Onivaldo] Júnior comenta sobre projeto de casas englobando a construção de até seis mil casas".

Ademais, em outra ligação feita na tarde do mesmo dia, sendo novamente interceptados pelo MP, Onivaldo diz a Ademar que a situação teve uma evolução e que o secretário teria colocado uma funcionária para atender a demanda apresentada, a qual o prometeu que em uma semana estaria tudo resolvido para dar seguimento ao projeto.

O que a defesa alega?

O advogado Alessandro Silvério, que defende Ademar Monteiro, esclareceu, em nota, que o cliente vendeu uma rede de televisão para a Afipe e que recebeu imóveis, como pagamento, transferidos para empresas dele, e que não há nada de irregular. Como alguns tinham pendências documentais, o padre Robson se comprometeu em ajudá-lo.

A defesa de Onivaldo Júnior, por meio do advogado Danilo Vasconcelos, disse que "o empreendimento de casas sequer foi iniciado" e que "não houve assinatura de nenhum contrato".

A assessoria de imprensa do padre Robson manifestou, também em nota, que não comenta “ligação grampeada", e que padre Robson não atua na administração pública direta nem indiretamente.

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