Duas mulheres - Ranielle Ferreira da Silva, 24 anos, e Alberlice Barbosa dos Santos, de 55 anos - foram presas na última segunda-feira (31/8) por policiais da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) suspeitas de extorquir mais de R$ 400 mil reais de um idoso, em Goiânia.
De acordo com as investigações, Ranielle conheceu a vítima, de 72 anos, em um bar de Goiânia (GO), em 2018, e começou um relacionamento com ele. Em outubro de 2018, a suspeita informou falsamente a vítima que estava grávida e que havia feito um aborto, de forma que precisava de dinheiro para custear o tratamento médico. Caso não fosse atendida, iria levar a vítima até as autoridades e acusá-lo de consentimento no fictício aborto. Amedrontado, o idoso começou a repassar constantemente dinheiro para Ranielle.
A suspeita, após um tempo, teria criado um perfil falso no whatsapp com outro número e se apresentado como “Divino”, suposto capitão da Polícia Militar e seu tio. Com isso, as extorções passaram a ser feitas através desse contato de forma ainda mais violentas, com ameaças de morte caso a vítima não repassasse dinheiro para o pretenso tratamento médico.
Alberlice, diarista de Ranielle, passou a fazer parte do esquema criminoso em 2019. Ela se apresentava como cuidadora durante o tratamento médico e teria exigido dinheiro para custear o tratamento, sob pena de autorizar “Divino” a matar ou prender a vítima.
Também teria participado das extorsões Caio Magno Mariano Ferreira, 38 anos, pessoa que mantinha um relacionamento com Ranielle e enviava mensagens de ameaça para a vítima, bem como recebia valores em sua conta.
A vida de Ranielle
Ranielle que não possui nenhum tipo de ocupação ou trabalho, passou a se manter através dessa extorsão que durou cerca de dois anos. O dinheiro do golpe era utilizado para ter uma vida confortável, em um apartamento em Goiânia, e foi utilizado em cirurgias plásticas, tratamentos cosméticos, compra de eletrônicos, celulares de última geração, bolsas e sapatos.
A suspeita ostentava nas redes sociais postando fotos em lugares caros, tomando champanhe, cerveja e curtindo a vida que mantinha devido mensagens de ameaças que eram enviadas diariamente à vítima em busca de dinheiro, sendo os pagamentos feitos através de cheques, transferências bancárias, depósitos e em espécie. Confira abaixo algumas imagens:
Em análise do aparelho celular de Ranielle, foi constatado que ela mantém diversos relacionamentos com homens geralmente mais velhos, sempre informando, em algum momento da conversa, que estava grávida, com o fim de posteriormente utilizar o fictício aborto como meio de extorsão.
A prisão
As autoras foram presas no apartamento de Ranielle, em Goiânia. Caio Magno foi levado à Deic e interrogado. Porém, não foi preso por não se encontrar em situação de flagrante delito.
As duas mulheres presas foram custodiadas na Delegacia Estadual de Capturas (Decap). A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pelo Poder Judiciário após audiência de custódia. Com isso, as investigadas foram encaminhadas à Casa de Prisão Provisória (CPP).