Na tarde desta quarta-feira (18) o homem suspeito de matar a japonesa Hitomi Akamatsu, de 43 anos, em uma cachoeira da Casa Dom Inácio de Loyola em Abadiânia, no entorno do Distrito Federal, teve a prisão preventiva decretada durante audiência de custódia. A vítima frequentava a entidade fundada por João de Deus a pelo menos dois anos, fazendo um tratamento espiritual.
O corpo de Hitomi foi encontrado na segunda-feira (16), em meio a pedras e terra, escondido a cerca de dez metros de uma cachoeira que fica na propriedade. O suspeito, Rafael Lima da Costa, de 18, foi preso em flagrante após confessar que assaltou e matou a estrangeira.
Identificação e liberação do corpo
Na terça-feira (17), a identificação do corpo foi concluída. A análise foi feita através das impressões digitais da estrangeira. Os restos mortais já estão liberados, mas ainda não foram retirados.
De acordo com a Polícia Técnico-científica, a embaixada já fez a solicitação de uma procuração junto à família dela para poder dar andamento no processo.
Crime
O Delegado Albert Peixoto, responsável pela investigação, relatou que durante as investigações, a equipe policial encontrou o rapaz na sua residência em Abadiânia e que o mesmo confessou o crime.
“No domingo mesmo nós conseguimos filmagens da vítima na cidade por meio de câmeras de segurança na região, e vimos o primeiro momento que o suspeito passou de bicicleta e depois voltou sozinho. Momentos mais tarde, pelas imagens observamos que ele estava sem camisa, e com a camisa da vítima”, informou o delegado.
“Ele escolheu um lugar próximo a uma cachoeira, onde sabe que muitos turistas estrangeiros frequentam a região, e deixam a roupa e os pertences ao lado, para praticar o crime, e conseguir o dinheiro para uma pagar dívida de drogas pela qual estava sendo cobrado, e acabou encontrando essa mulher, que segundo ele reagiu, e com medo dela o denunciar, decidiu matar a vítima”, explica.
De acordo com o investigador, o suspeito usou a própria camisa para estrangular a mulher, e depois carregou o corpo por cerca de 10 a 15 metros e jogou em uma vala e tentou cobrir com pedras e terra para ninguém encontrar a vítima.
João de Deus
A Casa Dom Inácio de Loyola, fundada por João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, ficou conhecida internacionalmente devido a busca das pessoas por tratamento espiritual no local.
João de Deus, está atualmente cumprindo prisão domiciliar após ter sido condenado pela Justiça por cometer crimes sexuais contra mulheres que iam ao local para atendimentos espirituais. Ele nega as acusações e a defesa dele recorreu a sentença.
Sobre o ocorrido, os advogados dele informaram que o cliente "está afastado da instituição desde 2018, por ordem judicial, e portanto, não tem conhecimento dos fatos além daqueles já noticiados pela impressa local".