Uma força-tarefa do governo federal resgatou uma mulher de 63 anos, que vivia em situação de trabalho análoga à escravidão no Rio de Janeiro. Ela estava empregada há 41 na casa de uma família no bairro da Abolição, zona norte da capital. A ação, apelidada de Operação Resgate, confirmou duas das cinco denúncias recebidas. A informação é do Metrópoles.
Ela e outra senhora, que também foi resgatada, foram levadas para um abrigo da rede de assistência conveniada ao Ministério da Economia. A operação faz parte da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A iniciativa resgatou 942 pessoas que viviam em situações precárias de trabalho só no ano passado.
Segundo o fiscal do trabalho Alexandre Lyra, a idosa resgatada, que não teve o nome identificado, dormia em um pequeno quarto, sem luz nos fundos da casa. Ela disse que catava latinhas e ganhava R$ 5, R$ 6 ou R$ 7 por semana, mas que o dinheiro ficava com os patrões.
Os Integrantes da força-tarefa ainda descobriram que os patrões da senhora de 63 anos sacaram R$ 600 referentes à primeira parcela do auxílio emergencial dela. Em depoimento, a senhora disse que forneceu a documentação à patroa, mas não esperava receber o benefício porque a sua carteira de identidade era muito velha.
De acordo com Lyra, pelo tempo que trabalharam as mulheres têm direito a uma indenização de R$ 104 mil e R$ 68 mil, que devem ser pagas em 10 dias pelos patrões. Além disso, os empregadores devem pagar um seguro-desemprego de um salário mínimo durante os próximos três meses. “A que resgatamos em Vila Isabel trabalhava para a família há 30 anos e ficava à disposição 24 horas”, completou Lyra.