Os mandantes do assassinato do vendedor de grãos Nestor Ribeiro Dantas, 54 anos, na Feira do Produtor, no Paranoá, são responsáveis por chacinas em diversos estados do Brasil. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, os massacres são resultado de um conflito entre duas famílias inimigas.
No crime, que aconteceu no último domingo (3), os suspeitos chegaram atirando contra a família de comerciantes ciganos. O vendedor morreu na hora, já a nora e a mulher de Nestor, que também foram baleadas, "estão fora de perigo", segundo a polícia. Uma cliente que fazia compras na feira também foi atingida de raspão e já recebeu alta hospitalar.
Os suspeitos Vanderlan e Marciel Gama Queiroz (nomes falsos, na foto em destaque), são irmãos e vem de uma família rival à do comerciante assassinado. Os autores são procurados pela polícia, e segundo as investigações, o confronto teria se intensificado quando o irmão de uma das partes foi assassinado na Bahia em 2018.
Ao todo, morreram pelo menos cinco pessoas das duas famílias, em todo o país. Além do DF, os assassinatos foram registrados em São Paulo, Bahia e Goiás.
Feira do Produtor
No crime, que ocorreu na manhã do último domingo (3/1) quatro pessoas foram baleadas e uma acabou morrendo, no Paranoá. Os quatro autores chegaram em duas motos efetuando vários disparos, atingindo uma mulher que não estava envolvida nos conflitos.
Os disparos aconteceram em frente à rodoviária da região administrativa, próximo à Feira do Produtor. As outras três vítimas atingidas eram ciganas. Após o crime, os atiradores empreenderam fuga em dois destinos diferentes: dois em direção à barragem e outros dois no sentido DF-250.
Conforme a polícia, as imagens não foram suficientes para identificar todos os autores nem as placas das motos. Mas, uma testemunha foi ouvida e fez o reconhecimento fotográfico de um dos envolvidos. Ambas as famílias rivais se mudam com frequência de cidade.
Chacinas
Os irmãos Marciel e Vanderlan são apontados como mandantes do assassinato do comerciante, mas antes desse crime eles já eram investigados por outros homicídios. A dupla teria matado cinco pessoas no Tocantins, em que todas as vítimas foram atacadas na porta de casa, em Palmas, e morreram alvejadas.
Iranildo Gama Queiroz, irmão de ambos, chegou a ser sequestrado na Bahia pelos primos. Os supeitos exigiram R$ 5 milhões para o resgate, mas o pai da vítima conseguiu pagar apenas R$ 500 mil. Apesar disso, Iranildo foi morto, esquartejado e teve sua cabeça enviada para o pai.
A Polícia Civil de Goiás informou que os “autores e vítima do crime ocorrido na Bahia fazem parte de uma família cigana cujos membros vêm se matando há gerações em diversos Estados da Federação, onde se enfrentam quando se encontram”.