Após ser chamada de "macaca" e "chimpanzé" por Vinícius Pereira da Silva, um morador do prédio de alto padrão do Jardim Goiás, bairro nobre de Goiânia, a vítima de injúria racial, afirmou estar com medo de de voltar a trabalhar no prédio onde é porteira.
Ela contou também que foi ameaçada por Vinícius, que afirmou esperar a empresa terceirizada para onde trabalha decidir se ela continua ou não trabalhando no mesmo prédio.
“A todo momento deixava claro que eu era um nada porque ele tem dinheiro. Falou que era policial, disse que construiu o prédio. Isso não importa, tenho que ser respeitada”, afirma a porteira.
“Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, diz o homem pessoalmente à porteira, que estava filmando a cena.
Vinícius não foi encontrado pela reportagem para se posicionar sobre o ocorrido. O delegado Gil Bathaus que investiga o caso, disse que o morador foi intimado para prestar depoimento e deve comparecer até esta terça-feira (20). A reportagem aguarda retorno pra saber se Vinícius já se apresentou à corporação.
A mulher, que preferiu não ter a identidade divulgada, conta que a discussão começou após Vinícius chegar de carro em frente ao portão da garagem e piscar os faróis, querendo entrar sem se identificar. A funcionária explicou que não poderia abrir para qualquer um que fizesse um sinal e que ele precisava se identificar, o que irritou o morador.
Após ofendê-la pessoalmente ele subiu ao apartamento onde mora, ele ligou na portaria para continuar com a discussão. Ao questionar o motivo de estar sendo ofendida, a mulher conta que ele respondeu “Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.
Vinícius ainda ameaçou a porteira dizendo que é policial e que ia descer até ela armado: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”.
O síndico do prédio, Anderson Schneider, informou que a porteira seguiu o protocolo correto ao não abrir o portão. A administração do condomínio afirmou em nota que está acompanhando o caso e se colocou totalmente à disposição da Polícia Civil.
"Internamente foi publicada uma nota de repúdio e nos colocamos à disposição da empresa prestadora de serviços e da colaboradora para auxiliar no que for preciso. Além disso, a assessoria jurídica do condomínio está avaliando as medidas administrativas que poderão ser tomadas com base no Código Civil e nas normas do condomínio (Convenção e Regimento Interno)", informou a administração.