O policial militar que prendeu o dirigente do PT em Goiás foi afastado das ruas pela Secretária de Segurança Pública (SSP). A vítima, o professor da rede estadual Arquidones Bites, não obedeceu a ordem de retirar uma faixa do capô do carro. A faixa, estampava a seguinte frase: "Fora Bolsonaro Genocida".
O caso aconteceu em Trindade, um vídeo mostra o momento da abordagem e quando o militar justifica a detenção com base na Lei de Segurança Nacional por calúnia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A SSP disse em nota, que o policial “responderá a inquérito policial e procedimento disciplinar para apuração de sua conduta”. Enquanto isso, poderá exercer funções administrativas.
No vídeo que mostra a prisão, aparece a identificação do militar como tenente Albuquerque. Arquidones prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Goiânia e foi liberado.
"Esse é meu direito de manifestar. Na minha família morreram várias pessoas dessa doença", disse o professor.
O delegado da PF que colheu o depoimento do professor não se pronunciou sobre o caso. Em depoimento, Arquidones negou que tenha desacatado os policiais militares. Em nota, a SSP afirmou ainda que “não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade, venha de onde vier. Assim sendo, todas as condutas que extrapolem os limites da lei são apuradas com o máximo rigor, independentemente do agente ou da motivação de quem a pratica”.
De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Serra, disse que a conduta dos policiais precisa ser investigada pela Corregedoria da PM.
“Não se pode enquadrar como crime o direito do cidadão criticar ou manifestar sua indignação dentro dos limites da liberdade de expressão", disse.