A Polícia Civil de São Paulo e a Vigilância Sanitária interditaram uma farmácia na zona norte do estado, que vendia por R$ 100 o que apresentava como uma "vacina para o tratamento da covid".
De acordo com a polícia, o farmacêutico responsável pela loja foi preso em flagrante e teve o registro profissional suspenso.
A operação foi realizada na segunda-feira (12), após a BBC News Brasil revelar que a farmácia estava oferecendo tratamentos sem eficácia contra a covid-19 , o que incluía uma vacina para "tratar" a doença.
Uma boliviana de 35 anos, visitou a loja por vários dias seguidos para realizar "tratamento" para covid-19, o que incluiu a aplicação da "vacina" e gastos de cerca de R$ 2 mil.
A mulher acabou sendo internada com covid-19 com mais de 50% dos pulmões comprometidos, segundo o laudo de um exame obtido pela BBC News Brasil. Ela foi intubada e morreu 12 dias depois, deixando três filhos pequenos. A reportagem entrou em contato com a Drogaria Diamante e aguarda retorno.
Em nota, a Polícia Civil disse que foi encontrada na farmácia "uma grande quantidade de medicamentos de uso exclusivo hospitalar, remédios de uso controlado em desacordo com os registros exigíveis pelos órgãos sanitários, medicamentos vencidos e em condições inadequadas de armazenamento, medicamentos de venda proibida e tanques de oxigênio".
De acordo com a investigação, o funcionário da drogaria responsável pelo atendimento de clientes é formado em Farmácia. Ele não teve o nome divulgado.
"Diante dos medicamentos localizados e outras irregularidades administrativas constatadas pelos agentes sanitários, o estabelecimento foi autuado e interditado pelos órgãos responsáveis, e os remédios apreendidos pela Polícia Civil", afirma a polícia.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, Marcos Machado, os responsáveis pela farmácia deverão responder por crimes contra a saúde pública.
Também foi instaurado um inquérito para averiguar o possível desvio de medicamentos hospitalares.
A Drogaria Diamante e fica no nº 2651 da av. Alberto Byington, na Vila Maria Alta, zona norte de São Paulo.