Após 46 dias internada, a bebê Helena Cristina que teve 72% do corpo queimado por causa de uma reação a um remédio, recebeu alta. Helena ficou 15 intubada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de um hospital em Goiânia.
“Nossa Helena começa uma nova fase em sua vida. Vemos sim as mãos de Deus fazendo um milagre. Ela continua com seu tratamento em casa, reaprendendo o que mal sabia direito, pois estava começando a caminhar [quando internou]”, disse a família.
A menina estava internada no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) desde o começo do mês de setembro e recebeu alta na noite de segunda-feira, 25.
De acordo com o pai dela, Hugo Cristiano Penno da Silva, Helena teve uma reação a um medicamento que tomou para tratar convulsões.
“Durante esse caminho, fizemos muitas amizades novas, reforçamos velhas amizades e descobrimos como a união e a solidariedade são importantes nesse momento de angústia e dor. Vimos outros casos parecidos ou problemas diferentes que procuramos ajudar, assim como nos foi ajudado”, disse.
Segundo Hugo Cristiano, a bebê começou a apresentar convulsões aos 5 meses de vida. Ela foi avaliada por neurologistas até que começou a tomar anticonvulsivos. A estratégia adotada pela médica foi de dar três remédios inicialmente e fazer a retirada gradativa.
“Quando ela estava tomando só um, um encefalograma apontou um tipo diferente de descarga e a médica prescreveu outro medicamento. Ela tomou só durante três semanas e depois começou a apresentar essa reação”, contou.
Até que as reações fossem ligadas ao efeito do medicamento, os pais passaram por vários hospitais. “Primeiro fomos a UPA, ela estava com febre e o médico disse que era uma virose. No outro dia voltamos, a febre não passava e ela começou a ficar vermelha. Fomos a outro Cais e a diagnosticaram com rosácea”, conta o pai.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Anápolis informou na época que os procedimentos adotados "durante as duas consultas da paciente, nos dias 3 e 4 de setembro, seguem corretamente os protocolos adotados pela unidade".
Helena foi receitada com antibióticos, mas os problemas continuaram. De acordo com o pai, ela começou a soltar a pele do rosto e aparecer bolhas pelo corpo. Então os médicos conseguiram diagnosticar a reação à medicação.
"É uma reação autoimune [em que o corpo produz anticorpos que atacam o próprio corpo] . Os anticorpos reagem 'jogando' a pele para fora. [...] Ela se solta de forma extensa, geralmente de mais de 60% do corpo”, explicou o cirurgião-plástico Fabiano Arruda.
O nome e o laboratório do medicamento não foram divulgados.
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