Uma tarefa de escola municipal deixou pais de alunos de Pirenópolis, na região central de Goiás, revoltados. No exercício tinha a foto do prefeito da cidade, Nivaldo Melo (PP), e pedia para que eles escrevessem o nome do político na atividade.
“Eu falei para o meu filho não preencher o exercício com o nome do prefeito porque isso é propaganda política”, conta a mãe de um aluno do 5º ano da rede municipal de ensino que não quis se identificar.
A foto do prefeito é exatamente a mesma que ele usou oficialmente nas urnas, cadastrada junto à Justiça Eleitoral, o que, para os pais, configura “propaganda política e abuso do poder político”.
“É um abuso tudo isso que está acontecendo na nossa cidade, tentando fazer propaganda dentro da sala de aula. O Ministério Público precisa tomar alguma providência”, reclamou o pai de outro aluno.
Ele e mais responsáveis organizam um protesto no município e também reclamam que seus filhos terão só quatro aulas presenciais neste mês.
Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), a 2ª Promotoria de Justiça de Pirenópolis requisitou informações à Secretaria Municipal de Educação e aguarda resposta sobre a falta do retorno às aulas de forma regular. O caso da foto do prefeito em atividade escolar ainda não chegou ao conhecimento da promotoria de Justiça.
“Portanto, não há como emitir opinião ou posição neste momento, o que depende também da análise do caso e de eventuais diligências cabíveis, a critério do membro do MP”, diz o MPGO.
Em nota, a prefeitura de Pirenópolis disse que a imagem em questão reporta a um pequeno trecho do Caderno de Atividades A, elaborado pelos profissionais da Unidade Escolar Municipal em 2021 e utilizado nas demais turmas do 5°ano em 2021 e 2022, como sondagem do desenvolvimento da aprendizagem.
"Ocorre que o teor pedagógico proposto sofreu alterações por parte de uma profissional que teve acesso ao arquivo original, a qual alterou o enunciado das questões 01 a 05 (aula 1), questões 1 e 2 (aula 4) e questão 1 (aula 8), causando a desqualificação pedagógica dessas questões", diz.
O fato está sendo apurado pela equipe pedagógica da secretaria municipal de educação e os alunos orientados a desconsiderar as questões ora citadas.
O DM entrou em contato com o prefeito e a secretária de Educação de Pirenópolis para um posicionamento sobre o caso e aguarda retorno.
Com informações do Metrópoles.
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