Cleiton Cruvinel afirma que ficou pelo menos 13 dias sem trabalhar, em Goiânia após um cliente reclamar da entrega de um lanche em um aplicativo e avaliar mal o estabelecimento escrevendo como justificativa “entregador negro”.
De acordo com o motociclista, de 41 anos, após a situação, ele foi bloqueado do app e precisou pedir dinheiro emprestado para sustentar as duas filhas e a esposa.
“Me senti humilhado. Precisei pedir dinheiro emprestado para não deixar faltar comida em casa. Sou um pai de família. Nenhuma autoridade toma nenhuma providência”, disse.
O caso aconteceu na madrugada do último dia 21. Um adolescente pediu um açaí e ao receber na casa em que mora, em Goiânia fez uma avaliação negativa e uma reclamação com a seguinte justificativa: “entregador negro”.
“É a minha única renda. Eu trabalhava, antes de acontecer, na hora do almoço e conseguia uma diária de uns R$ 80 e à noite, das 18h até 1h30, e dava cerca de R$ 150. Agora, eu vou voltar e ver o que que acontece. Voltar a por comida dentro de casa. Mas tem a parte psicológica, não só minha, mas da minha família”, explica Cleiton .
Segundo a advogada Fabiana Castro o adolescente foi ouvido, na presença dela e da mãe dele, e em seguida liberado. Ela afirma que o adolescente de 15 anos, não é o autor da mensagem racista e que ele foi vítima de golpistas que fizerem compras no nome dele em várias partes do país.
O delegado Queops Barreto, que investiga o caso, afirma que todos os envolvidos já foram ouvidos e que aguarda alguns relatórios para concluir o inquérito.
Em nota, o iFood informou que "repudia qualquer ato de discriminação". A empresa também divulgou que abriu um "processo de investigação interno para que as devidas providências sejam tomadas".
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