As Polícias Civis de Goiás e do Rio Grande do Sul deflagraram, na manhã desta quinta-feira, 23, a Operação Sem Fronteiras, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa que, durante três meses extorquiu um morador de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, através das redes sociais.
De acordo com a PC, a vítima chegou a repassar à associação aproximadamente meio milhão de reais, em razão das extorsões sofridas.
"Com a operação, foram presos cinco investigados (prisão temporária), sendo cumpridas ainda 12 medidas cautelares de busca e apreensão. Foram realizadas buscas e prisões na região metropolitana de Porto Alegre, especificamente nas cidades de Novo Hamburgo, Taquara e São Leopoldo.
De acordo com a corporação, algumas buscas foram feitas inclusive em presídios da região metropolitana da capital, em Novo Hamburgo, Charqueadas e Montenegro. Participaram da ação 50 policiais civis. Até o momento, três investigados não foram localizados.
O caso
Segundo a polícia, no início deste ano, um homem de 30 anos, que mora em Rio Verde, iniciou contato com um perfil na rede social Instagram de uma jovem. A conversa entre os dois ganhou cunho sexual e, então, um criminoso, se passando pelo suposto pai dessa garota, afirmou à vítima que a menina em questão era menor de idade e que aquelas conversas causaram a ela severos constrangimentos.
"Simulou-se a necessidade de tratamento psiquiátrico da menor e até mesmo o seu suicídio. Assim, exigiu-se da vítima uma compensação financeira para se reparar, material e moralmente, tais danos", afirma a polícia.
Em seguida, os investigados, se passando por supostos advogados e autoridades públicas, falsos delegados de polícia e conselheiros tutelares, entraram em contato com a vítima, informando-lhe que ela havia cometido crimes, em razão das conversas de natureza sexual com a garota e exigiram quantias dela, para que ela não sofresse sanções criminais, o que culminou no prejuízo de aproximadamente meio milhão de reais para a vítima.
"As investigações agora seguem com o objetivo de se identificar novos envolvidos na prática delitiva e também se localizar o proveito do crime, de maneira a se viabilizar o ressarcimento à vítima", afirma a polícia.
A operação foi denominada de Sem Fronteiras, pois as associações criminosas que atuam, como a que é alvo da presente investigação, vitimam pessoas de diversos entes federativos. Os investigados responderão pelos delitos de estelionato e extorsão.
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