A Justiça autorizou na quarta-feira, 13, a liberação do soldado da Polícia Militar, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, para participar do concurso de cadetes da Polícia Militar de Goiás, no domingo, 17, em Goiânia .
De acordo com a decisão assinada pelo juiz Rodrigo Victor Foureaux Soares "o soldado deverá ser escoltado, na ida e na volta, com as devidas certificações dos horários", pela equipe do presídio onde ele se encontra desde fevereiro.
Ele e outros seis policiais foram presos pela morte de quatro pessoas em uma chácara de Cavalcante, no nordeste de Goiás.
"Afigura-se desproporcional e desrazoável impedir a participação do acusado, principalmente considerando a autorização pela própria Administração Militar, a quem cabe, inicialmente, avaliar se o militar poderá ou não participar do certame", disse Rodrigo.
Os sete policiais militares foram presos preventivamente em fevereiro deste ano, por determinação da Justiça de Goiás, devido a morte de quatro homens em uma chácara de Cavalcante. A Polícia Militar informou que as vítimas eram suspeitas de tráfico de drogas, mas a Polícia Civil apontou que os quatro não tinham passagens criminais. Foram presos após uma decisão da Justiça os policiais:
- sargento Aguimar Prado de Morais;
- sargento Mivaldo José Toledo;
- cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos;
- soldado Welborney Kristiano Lopes dos Santos;
- cabo Luís César Mascarenhas Rodrigues;
- soldado Eustáquio Henrique do Nascimento;
- e soldado Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida.
Conforme a população de Cavalcante, os quatro rapazes que foram mortos não tinham armas e não podem ter atirado contra os PMs.
Mais de 100 entidades da sociedade civil organizada e de movimentos sociais assinaram uma nota de repúdio contra a ação da Polícia Militar. Na nota, eles ainda divulgaram ainda a identidade dos mortos durante a ação, entres eles, há um quilombola kalunga (veja montagem de fotos acima):
- Salviano Souza da Conceição: tinha de 63 anos, morava na chácara invadida pela polícia, era trabalhador rural e guia turístico;
- Ozanir Batista da Silva: tinha 47 anos, conhecido como jacaré, era trabalhador rural, mas estava desempregado. Ele estava no local para ajudar na colheita de uma lavoura de milho, segundo a família;
- Antônio da Cunha Fernandes: tinha 35 anos, conhecido como Chico Kalunga e era quilombola Kalunga, natural da Comunidade da Barra de Monte Alegre. Era trabalhador rural e também estava desempregado.
- Alan Pereira Soares: tinha 27 anos, já trabalhou formalmente como entregador e auxiliar de máquina industrial, mas estava desempregado e passou a sobreviver de trabalhos informais como capina de terrenos. Ele deixou uma filha de seis meses e uma companheira grávida de três meses.
Com informações do G1
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