O Ministério Público de Goiás (MPGO) está investigando um esquema de grilagem de terras na cidade de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. O falso advogado Anderson Juvenal de Almeida e o empresário D'artagnan Costamilan são os principais suspeitos de se apropriarem ilegalmente de imóveis, utilizando documentos falsificados para realizar as transferências.
Segundo o MPGO, o grupo agia identificando áreas de interesse, que estavam descuidadas pelos legítimos proprietários, e, a partir disso, produziam documentos fraudulentos para legitimar as transações.
Uma das práticas do esquema consistia em falsificar procurações em nome dos verdadeiros donos dos terrenos. Em um dos casos, a vítima já havia falecido em 2015, mas a procuração falsa para a venda do terreno foi assinada em 2019. O promotor Douglas Chegury explicou que o falso advogado era responsável por identificar os proprietários legítimos e providenciar os documentos falsos em cartório, dando a impressão de que o dono havia autorizado a venda da propriedade.
Segundo o MPGO, D'artagnan Costamilan está com um mandado de prisão em aberto e é considerado foragido da Justiça. A defesa do empresário alega que ele comprou o imóvel e pode ter sido vítima de estelionato.
O esquema também agia de forma sofisticada ao buscar terrenos de pessoas que moravam em outros estados, especialmente em São Paulo. Nesses casos, os criminosos falsificavam os documentos das vítimas que, muitas vezes, não tinham contato permanente com a área em Formosa. Após realizar a transferência usando os documentos fraudulentos, o terreno era vendido para o empresário D'artagnan.
A operação do MPGO, realizada no dia 10 de julho, cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão contra empresários e advogados suspeitos de grilagem de áreas públicas e privadas, corrupção e falsidade ideológica em Formosa. Entre os envolvidos estão ex-vereadores da comissão fundiária da Câmara de Vereadores da cidade.
O MPGO informou que a investigação durou cerca de seis meses e contou com o auxílio da Polícia Civil e da Ordem dos Advogados de Formosa. O material apreendido durante a operação será analisado para a elaboração da denúncia criminal contra os envolvidos, que, se condenados, podem enfrentar penas superiores a 20 anos de prisão.
AS defesas de D'artagnan Costamilan e Anderson Juvenal de Almeida e do cartório de registro de imóveis de Niquelândia ainda não se manifestaram sobre o caso.