A diretora de uma escola estadual em Valparaíso de Goiás foi afastada, suspeita de cometer crimes de racismo e homofobia, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seuc). De acordo com a Polícia Civil, cinco funcionários dencunaram que a mulher chamava as vítimas de "negra imunda" e "viado nojento".
A Seduc informou que um processo disciplinar foi instaurado para investigar o caso e e adotou providências para nomear um substituto imediato para o cargo.
Conforme afirmado pelo advogado das vítimas, Suenilson Saulnier, até o momento, quatro indivíduos registraram denúncias, incluindo dois funcionários responsáveis pela conservação e limpeza, um professor e uma ex-coordenadora que solicitou e foi transferida para outra unidade escolar. O cargo da quinta pessoa envolvida não foi informado.
De acordo com a delegada Samya Barros, uma das funcionárias afirmou que a diretora a acusou de ter furtado produtos da escola. Além disso, uma das vítimas relatou à polícia que a gestora a humilhou ao fazê-la pegar uma banana.
Conforme o advogado das vítimas, os funcionários são vítimas das ofensas há pelo menos quatro anos. Além disso, um coordenador escolar também foi citado como autor de difamações contra os eles.
Confira a nota da Seduc
Em atenção à solicitação de informações acerca de denúncia contra a gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, de Valparaíso de Goiás, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás esclarece:
A gestora do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, servidora efetiva, foi afastada nesta segunda-feira (27/03) preventivamente do exercício de suas funções de gestora escolar, ficando sem auferir as vantagens pecuniárias exclusivas de gestor escolar.
Foi instaurado processo disciplinar para apuração dos fatos e responsabilização conforme a legislação e adotadas medidas para designar um substituto imediato para o cargo.
Secretaria de Estado da Educação - Governo de Goiás
Nota do advogado das vítimas
"Estamos diante de denúncias extremamente graves por parte de quatro servidores, envolvendo em tese os crimes que vão do assédio moral, injúria , difamação, calúnia, homofobia e racismo. Tudo isso em um ambiente que deveria ser de ensino e de aprendizado. Por óbvio haverá a oportunidade a defesa dos envolvidos, contudo em se confirmando as acusações, é um escândalo sem precedentes na estrutura da educação pública estadual. Acreditamos tanto no compromisso da Secretaria de Estado da Educação, como na Polícia Civil do Estado de Goiás, enquanto a uma apuração célere, isenta, e dentro dos preceitos legais."