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Autista é abandonado por 40 dias sem comida, água e se alimenta das próprias fezes

Vítima foi encontrada nu e em estado de desnutrição; antes disso, o homem chegou a viver com corpo da mãe por mais de 5 dias em Goiânia

Homem autista vivia em casa sem condições de higiene — Foto: Polícia Civil/Divulgação Homem autista vivia em casa sem condições de higiene — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Um homem de 32 anos foi detido na terça-feira (10) sob a suspeita de ter abandonado seu irmão autista, de 30 anos, em sua residência em Goiânia, capital de Goiás, mantendo-o sem acesso a alimentos e água por mais de um mês, de acordo com informações da Polícia Civil. A situação de abandono era tão grave que a vítima chegou a ingerir suas próprias fezes.

Conforme as investigações, a vítima vivia com seu irmão mais velho, que passou a ser o seu cuidador após o falecimento de sua mãe há aproximadamente seis meses. A mulher morreu na casa onde residiam, e seu corpo permaneceu no local por cinco dias até que vizinhos, alarmados pelo forte odor, comunicaram as autoridades.

Em períodos anteriores, o irmão mais velho visitava o autista regularmente para prestar assistência. Contudo, nos últimos 40 dias, a vítima foi deixada completamente desamparada. O suspeito, ao ser preso, preferiu permanecer em silêncio durante o interrogatório. Uma audiência de custódia foi realizada nesta quarta-feira (11) para determinar a sua manutenção na detenção.

Os vizinhos acreditavam que o irmão mais velho continuava a cuidar do autista, o que retardou a denúncia. Nesse período de abandono, a vítima somente conseguiu se alimentar graças à ajuda dos vizinhos, que deixavam comida para ele. Se não fosse por essa solidariedade, o autista teria falecido de inanição.

O resgate revelou um cenário angustiante: o homem foi encontrado nu, desprovido de qualquer forma de alimento ou água, em uma casa sem energia e com um forte odor de fezes. Não havia lençóis ou roupas limpas no ambiente.

A vítima, que não pôde se comunicar com as equipes policiais, costumava gritar quando estava sozinho. Os vizinhos forneciam comida, e após o resgate, ele foi transferido para uma unidade de saúde.

O delegado responsável pelo caso pretende localizar parentes da vítima e trabalhar em conjunto com a Defensoria Pública para garantir que ele receba os benefícios e cuidados de que precisa. Até lá, o homem permanece em cuidados médicos.

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