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ONS estima que a demanda pode atingir 77,5 gigawatts médios em outubro, mas os reservatórios, como o da Usina Serra da Mesa, em Goiás, têm capacidade de oferecer energia – Foto: AC Júnior/Ministério de Minas e Energia
Responsável pela coordenação e pelo controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), o ONS informou na sexta-feira 29 de setembro, que mesmo com o hipotético maior valor da série histórica projetado para outubro – iniciada em 2000 –, o nível dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras terá condições de suportar a procura por energia.
As temperaturas elevadas que afetam as regiões brasileiras resultam na alta demanda do consumo. Se por um lado houve recente frente fria no Sul e Sudeste/Centro-Oeste, o Operador antecipa que as temperaturas tendem permanecer mais altas, com poucas chuvas, no Norte e Nordeste.
O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, informou: “Tivemos um período de forte elevação da demanda por carga e a resposta do SIN a esse crescimento foi positiva, com a garantia de atendimento”. O técnico frisou que a situação exige atenção nos próximos meses, principalmente devido a estação Verão, quando as temperaturas médias geralmente são mais elevadas”.
Reservatórios
Comunicando que o nível dos reservatórios das hidrelétricas garante o atendimento ao aumento de demanda em todo o País, o diretor comentou ser favorável o cenário geral, com os reservatórios apresentando bons níveis, expondo: “A perspectiva é que, quando entrarmos na estação chuvosa [prevista para meados de outubro, em Goiás], estaremos numa situação bem mais confortável que a de anos anteriores”.
Segundo o ONS, no final de outubro três dos quatro subsistemas considerados pelo mesmo no Brasil, terceiro País com o maior potencial hídrico do mundo, estarão com os reservatórios acima de 60%, capacidade considerada satisfatória – Sul (95,8%), Sudeste/Centro-Oeste (66,5%), Nordeste (61,3%) e Norte (57,6%).
O cenário favorável para geração de energia hidrelétrica não provocará cobrança adicional na conta de luz, assegurou ontem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), fazendo com que a bandeira tarifária segue verde (condições favoráveis de geração de energia), projeção também para os dois últimos meses de 2023.
Quando os reservatórios apresentam baixos níveis, historicamente o ONS aciona termelétricas mais caras, provocando a Aneel acionar bandeiras tarifárias com custo na conta de luz, como a denominada amarela (condições menos favoráveis), vermelha 1 (condições desfavoráveis) e vermelha 2 (condições muito desfavoráveis).
Goiás
Lener Jayme, presidente da Equatorial Goiás, que assumiu recentemente a concessão de energia goiana, disse em coletiva de imprensa realizada dia 27 sobre investimentos empreendidos até o momento, ponderando sobre o comprometimento do fornecimento de energia no Estado.
Citando a natureza, especificamente o fenômeno El Niño – provocador de alterações significativas na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com acentuadas alterações no clima –, justificou, mirando as constantes quedas de energia ocorridas dias atrás em Goiás: “Esta condição climática adversa não só impactou Goiás, mas todo o Brasil, desencadeando, por exemplo, em desligamentos das empresas transmissoras de energia, que afetam o suprimento das distribuidoras em suas áreas de concessão, além dos desarmes dos disjuntores de entrada dos clientes que não estão dimensionados para o aumento de consumo”.
Conforme o DM noticiou, as quedas de energia verificadas nos últimos dias em Goiás foram tema de reunião, dia 28, entre o governador Ronaldo Caiado (UB) e o presidente da Equatorial.
Em agosto, o Brasil sofreu apagão energético que prejudicou todo o Sistema Interligado Nacional.
