O espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami está controlado, a Força Aérea Brasileira (FAB), está fazendo varredura dos garimpeiros que estão no maior território indígena do país e não conseguem voos clandestinos para deixar a região. Áudios e mensagens enviados em um grupo de mensagens mostram as tentativas deles em conseguir aviões ou helicópteros.
Existe um grupo chamado de "Amigos do Rio Uraricoera", a é para referência à principal via fluvial usada pelos garimpeiros para chegar aos acampamentos dentro da Terra Yanomami.
"Aqui onde estou tem mais de cinco mil pessoas na região só para ir embora, nós queremos ir. Mas, não tem voo, o povo [pilotos] está com medo de vir", diz.
No corpo da mensagem ainda, a pessoa ainda diz que tentou voos com oito "burus", que são helicópteros, e nenhum deles aceitou ir até a região.
"Os garimpeiros estão se juntando em grandes grupos e fazendo variação [caminhada] na mata para a única pista de voo que está funcionando ainda, a pista do Jeremias", diz um deles no grupo.
A novas informações de Jeremias é uma das principais rotas usadas pelos garimpeiros para entrar e sair da Terra Yanomami. O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta.
Em 2022 ocorreu, o relatório "Yanomami sob ataque", divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), indicou que o valor de uma viagem para as pistas Rangel, Cascalho, Jeremias, Espadim, Malária e Pau Grosso, principais pistas clandestinas da TI, custam cerca de R$ 11 mil.
Yanomami é sua crise dos Garimpo
No começo deste ano, o presidente Lula esteve em Roraima para acompanhar a crise sanitária dos Yanomami. Na ocasião, ele prometeu pôr fim ao garimpo ilegal na Terra Yanomami
As Terras Yanomami tem mais de 10 milhões de hectares distribuídos entre os estados de Amazonas e Roraima, onde fica a sua maior parte. São cerca de 30 mil indígenas vivendo na região, incluindo os isolados, em 371 comunidades.
A região está em emergência de saúde desde 20 de janeiro e inicialmente por 90 dias, conforme decisão do governo Lula. Órgãos federais auxiliam no atendimento aos indígenas.
As ações de desintrusão devem ser coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que no último dia 30 publicou a criação de um grupo de trabalho para elaborar, em 60 dias, medidas de combate ao garimpo ilegal em terras indígenas.