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O uso consciente do fogo pode ajudar a diminuir incêndios florestais

Essa prática vem sendo adotada pelos profissionais da área desde o ano de 2014

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O uso consciente do fogo aponta os brigadistas e pesquisadores do cerrado, tem ajudado a reduzir os incêndios florestais na Chapada dos Veadeiros (GO) nesses últimos anos. Essa prática vem sendo adotada pelos profissionais da área desde o ano de 2014, e se expandiu, principalmente depois dos grandes incêndios que atingiram no ano de 2017 e 2020 o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

O então chamado Manejo Integrado do Fogo (MIF) é a soma do conjunto de técnicas que usam o fogo como ferramenta para prevenir os incêndios florestais, como a queimada da vegetação nos territórios secos, que causam maior estrago.

O uso consciente desse procedimento foi adotado há quase dez anos pelos brigadistas. No entanto, o uso do fogo é conhecimento ancestral do Território Kalunga, o sétimo quilombo mais populoso do Brasil, com cerca de 3.600 pessoas distribuídas em 39 comunidades por aproximadamente 261 mil hectares.

A queima do terreno já uma prática realizada por esse povo a muito tempo. O supervisor da brigada local, o Kolunga José Gabriel dos Santos menciona que “nossos antepassados já faziam essas queimas nos pontos estratégicos. Queimavam uma área, dois anos depois queimavam outra área e iam remanejando o combustível. Isso sempre foi feito”.

A diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, acredita que, no Cerrado, o fogo faz parte da evolução biológica do bioma. O fogo foi visto por muito tempo como ruim “recentemente temos aprendido muito com a importância de se manejar o fogo de uma forma correta em ambientes adotados ou dependentes do fogo”, explicou.

Esse procedimento pode ser uma forma positiva para a diminuição das queimadas no estado de Goiás e nas demais regiões onde o índice de queimadas são crescentes.

Queimadas em Goiás

Apesar da queda no índice de queimadas em Goiás, o número ainda segue sendo preocupante. Segundo dados recentes do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o satélite registrou 968 focos de queimadas no ano passado, em comparação com 744 neste ano.

Neste ano foram contabilizados pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (CBM-GO) 23 ocorrências até o mês de abril. No ano de 2022, foram registradas 790 ocorrências nos primeiros quatro meses do ano. Somando todas as ocorrências do ano passado, chegou ao número de 6,8 mil, sendo 3,5 mil delas em julho, agosto e setembro.

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