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'Pobretonas, analfabetas', diz bolsonarista ao agredir mulheres com adesivos do PT

Conforme o advogado das vítimas, o delegado vai intimar os agressores para prestar depoimento até o dia 27


		'Pobretonas, analfabetas', diz bolsonarista ao agredir mulheres com adesivos do PT
Reprodução

Um grupo de mulheres, com adesivos do PT, foram agredidas por dois bolsonaristas no sábado, 15, em uma lanchonete, no setor Bueno, Goiânia. Os suspeitos foram identificados como Eduardo Silveira, que é advogado, e Matheus Prado. Veja os videos abaixo:

"Foi horrível. Chegamos de uma festa e paramos na 10 para lanchar. Então, chegaram dois homens e uma garota. Em seguida, chegaram outras pessoas com adesivos do Lula e do PT e esses homens começaram a gritar 'Bolsonaro' e a provocar a gente. Nós gritamos 'Lula' de volta e as ofensas começaram", conta a jornalista Júlia Rodrigues de Barros.

Conforme o relato de outra vítima, ela e um grupo de amigos viram os suspeitos atacando as mulheres que estavam com adesivos do Lula e para apoiar gritaram Lula. Isso fez com que os dois ficassem ainda mais agressivos.

"As ofensas que até então estavam sendo dirigidas às meninas veio para gente. Eles começaram a chamar a gente de pobretonas, analfabetas. Disse que ia para casa comer picanha e tomar cerveja e a gente ia comer "miojo" e não parava de repetir isso. Eu e minha amiga não calamos e rebatemos as ofensas dele que me mandou calar a boca senão a coisa não ia ficar boa pro meu lado. Eu não calei e continuamos discutindo. O Matheus se levantou, veio pro meu lado e meu amigo entrou no meio. As meninas que estavam com o adesivo do Lula entraram pra defender a gente e o Eduardo deu um murro nelas. Quando eu falei que ia chamar a polícia eles foram embora debochando", afirma Gabriela Rodrigues de Oliveira.

O caso foi registrado na 4ª Delegacia Distrital Policial de Goiânia. As vítimas foram orientadas a comparecerem no Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames. Conforme o advogado das vítimas, o delegado vai intimar os agressores para prestar depoimento até o dia 27.

Em nota, a Seção de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) disse que repudia a agressão e destacou a “necessidade de civilidade nas eleições”, além de pedir respeito aos direitos humanos e políticos dos goianos. “A intolerância ali transbordante fere a democracia, valor maior da nossa ordem jurídica e princípio fundamental da República”, afirmou a nota.

A OAB ainda explicou que acompanhará o caso e as investigações policiais, independente da possível participação de um advogado, que ainda será apurado. Vídeos da agressão circulam pelas redes sociais.“É inadmissível que mulheres sofram agressões brutais e hostis, sejam a que pretexto for”, disse o texto. Confira a nota na íntegra:

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que chegou ao seu conhecimento, por meio da imprensa e de vídeos que circulam nas redes sociais, episódio ocorrido em uma lanchonete de Goiânia no domingo (16) onde os presentes se envolveram em agressões verbais e físicas, culminando em socos de um homem, supostamente advogado, em uma mulher, além de vias de fato entre todos os envolvidos.

A OAB-GO acompanhará o desenrolar da denúncia e investigação pela autoridade policial com especial atenção e cuidado, uma vez que o episódio atinge temas muito caros à sociedade e à advocacia: a violência contra os pensamentos divergentes e a agressão a mulheres. A Ordem oficiará junto à Polícia Civil buscando informações e requerendo envio dos autos à OAB-GO após a conclusão do inquérito para eventuais providências.

Independentemente da participação de um advogado no lamentável episódio – o que será objeto de apuração pela OAB-GO –, os fatos são lastimáveis e contrariam o direito constitucional dos cidadãos de se manifestarem livremente e de escolherem legitimamente seus representantes pelo voto. A intolerância ali transbordante fere a democracia, valor maior da nossa ordem jurídica e princípio fundamental da República.

A OAB-GO tem enfatizado a necessidade de civilidade nas eleições e, neste momento, ressalta que é imprescindível para a paz social o respeito aos direitos humanos e políticos das cidadãs e cidadãos goianos. A postura de violência e de ódio constrange a sociedade no exercício maduro e constitucional e o debate necessário para a melhor escolha ao país, razões pelas quais chamamos atenção para a busca do equilíbrio.

Por fim, a OAB-GO condena com toda veemência a violência de gênero, por entender e defender que é inadmissível que mulheres sofram agressões brutais e hostis, sejam a que pretexto for.

OAB-GO

O Partido dos Trabalhadores (PT) goiano emitiu uma nota de repúdio lamentando a violência e que tomará as pertinentes providências legais junto a Justiça Eleitoral, ao Ministério Público, e a OAB-GO.

O DM tenta contato com Eduardo e Matheus para que possam contar a versão deles sobre o caso.

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