Dois advogados, uma mulher e um homem, que se passava por advogado, foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado, tentativa de estelionato e porte ilegal de arma de fogo, durante inquérito policial que investigava o homicídio de um homem, encontrado às margens do Rio Corrente, em Alvorada do Norte.
Segundo a polícia, foi apurado que a vítima era usuária de drogas e vivia em situação de extrema vulnerabilidade.
"Em nome da vítima foi realizada a compra de uma carta de crédito, sendo pago o ágio no valor de aproximadamente R$ 200 mil, bem como foram feitos dois seguros de vida em nome dela. Os policiais civis descobriram que um homem se passava por advogado e estava utilizando a conta bancária da vítima para movimentar valores. Em um dos seguros de vida feitos em nome da vítima, o indivíduo em questão era beneficiário do seguro", afirma a corporação.
Conforme a polícia, o homem que se passava por advogado esteve junto com um primo, que é advogado inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na casa da mãe da vítima. Na ocasião, fizeram intensa pressão psicológica sobre a idosa que é analfabeta, para que ela assinasse um procuração pública para que os dois ingressassem com ações judiciais para receberem os valores referentes à carta de crédito e também dos seguros de vida. Para coagir a mãe da vítima, o advogado se apresentou como delegado de polícia.
Também foi constatado o envolvimento de uma mulher no crime. Ela afirma ter sido informada sobre a morte da vítima em março, que pescadores acharam o corpo e reconheceram a vítima como sendo seu amigo e assim lhe informaram sobre a morte.
"Todos os envolvidos já mantinham relações: o falso advogado e um dos advogados já atuaram como patronos da autora em outras ocasiões e mantinham relação de amizade. Os envolvidos também atuaram como advogado da vítima em outros momentos. A vítima prestava serviços como pedreiro na casa da autora e recebia como parte de pagamento substâncias ilícitas, conforme depoimento prestado por uma testemunha", afirma a PC.
Um dos advogados, o homem que se passava por advogado e a mulher, foram presos. O outro advogado está foragido.
Na residência da mulher, foram localizados diversos pinos com cocaína, milhares de embalagens para acondicionamento de drogas prontas para uso, valores em espécies, máquina de cartão de crédito, duas pistolas 9mm e diversas munições de mesmo calibre. No veículo do advogado, onde estava também o falso advogado, foi encontrada uma pistola 9mm municiada.
Com a finalização do inquérito policial, o procedimento foi enviado ao Poder Judiciário e na terça-feira, 08, o Ministério Público ofereceu denúncia criminal em desfavor dos autores.