PF e MPF investigam suspeita de
crime de genocídio. Crime teria ocorrido ano passado, quando 90% do gás
oxigênio comprado não foi entregue aos indígenas.
Duas empresas para serviços de recarga de oxigênio e insumos
hospitalares estão sendo investigadas pela Polícia Federal que deflagrou nesta
quarta-feira (6), a operação Hipóxia, que apura suspeita de superfaturamento na
execução de contratos farmacêuticos ao Distrito Sanitário Especial Indígena
Yanomami (DSEI-Y).
Em 2022, foram adquiridas 4.500 recargas de três tamanhos de
cilindros de oxigênio, porém, apenas 10% deste material foi entregue aos
indígenas, segundo a PF e MPF.
A entrega seria distribuída a partir do polo de atendimento
Surucucu. No certame, há indícios de
direcionamento do resultado com atesto de notas fiscais fraudulentas. A
suspeita é que a entrega nunca foi realizada, nem entregue aos Yanomamis.
Em Boa Vista, estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e
apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal de Roraima. As buscas e
apreensões envolvem ex-coordenadores e ex-chefes de departamento da
administração passada, ao todo, seis ex-servidores do Dsei estão envolvidos.
As investigações iniciaram a partir de uma denúncia recebida
pelo MPF e ocorrem em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
A CGU identificou várias irregularidades nas contratações destinadas ao povo
Yanomami.
Os Yanomamis sofrem desde o ano passado com problemas de
desnutrição e outras doenças graves devido as invasões dos garimpeiros de ouro,
e a falta de oxigênio é apontada como uma das causas das mortes dos indígenas que
precisam de atendimento de urgência.
A emergência sanitária ocorre no território indígena desde de janeiro deste ano. O maior fator de crise da região foi apontado pelo governo federal a desassistência na saúde e invasão dos garimpeiros às terras indígenas.
Operação
Hipóxia - foi o nome escolhido pela PF à operação, e
faz menção ao sintoma clínico devido a deficiência no fornecimento de oxigênio às
células.