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CIÊNCIA

Homo intergalacticus

Entusiastas do conhecimento espacial sonham com o dia em que nossa tecnologia seja avançada a ponto de podermos viajar pelo espaço, em velocidade semelhante à da luz, explorando, assim, lugares de nossa galáxia fora do alcance do Sistema Solar. Caso não nos mantemos com bombas nucleares, talvez possamos num futuro distante viajar às galáxias. Tamanho salto tecnológico, no entanto, causaria grande impacto em nossa estrutura física. Alguns cenários descritos por cientistas remetem às ficções científicas: seres humanos completamente modificados. Órgãos seriam eliminados de nosso sistema para resistirmos à falta de gravidade e oxigênio, por exemplo. Pesquisadores também apontam para uma fusão entre o orgânico e o robótico, criando, assim, ciborgues que se comportam como programas de computador, à medida que sustentam a vida e nossa espécie.

O canal V101 Science, através do vídeo “Evolução humana do futuro durante a viagem espacial e o que podemos parecer”, publicado em julho de 2014, apresenta-nos algumas possibilidades, sugeridas por estudiosos, para que alcancemos o status de humanos espaciais – capazes de colonizar outros planetas e galáxias, perpetuando nossa espécie, e ampliando nosso conhecimento sobre a matéria e sobre a vida em si. Atualmente, a possibilidade mais palpável – que seria aplicada nos próximos milênios –, seria a terraformação de Marte. A partir de colônias humanas protegidas por ambientes artificiais, seríamos capazes de modificar incisivamente a estrutura do planeta vermelho, tornando-o progressivamente habitável e amigável à nossa espécie.

A terraformação de Marte, no entanto, está longe de ser um limite para as ideias de nossa espécie sonhadora, que sequer cuida de seus semelhantes, mas prevê uma série de modificações em nosso organismo para que possamos ir mais além e ultrapassar as fronteiras do Sistema Solar em dezenas de milênios de anos. “Assim que tivermos conquistado Marte e estivermos de fato estabelecidos no Planeta Vermelho, existe a esperança de que nossa tecnologia tenha avançado ao ponto de podermos viajar anos-luz”, introduz o vídeo feito por humanos. “Assim, poderemos viajar pela escuridão do universo, longe do conforto de nosso próprio sistema solar”, acrescenta. Para isso, precisamos encontrar formas de suprir a necessidade de oxigênio, água, comida, etc. Em viagens que poderiam durar várias gerações, é difícil imaginar uma maneira de carregar tanta coisa pelo espaço.

O corpo

No vídeo, somos convidados a pensar num momento em que todos esses problemas ‘primários’ já tenham sido superados. “Assumamos que a humanidade já tenha encontrado uma forma de lidar com esses problemas, construindo uma nave capaz de oferecer gravidade artificial para prevenir a perda óssea e tenha descoberto um motor de propulsão capaz de atingir a velocidade da luz. Como as viagens interestelares modificariam o corpo humano?”, questiona o V101 Science. O corpo humano poderia evoluir para um formato diferente do que vemos hoje em nossa humilde Terra? De acordo com o canal, a resposta é, naturalmente, um sim. “Humanos evoluem há milhões de anos na Terra, e uma viagem intergaláctica poderá nos direcionar a um novo nível de evolução.”

Para sobrevivermos no espaço sideral, seríamos submetidos a um ambiente artificial que simula a hospitalidade da Terra. No entanto, vários fatores potencializariam mutações em nossa genética, levando-nos a um novo estágio de humanidade. “Naves multigeracionais proporcionarão novas condições, como a respiração através de composição de gases, gravidade artificial e ambientes radioativos, em meio a outras coisas que poderiam intervir nos primeiros estágios da evolução de fetos e embriões”,  explica o V101. “Isso seria uma seleção natural dos novos agentes seletivos do corpo humano.” As alterações em nosso físico, no entanto, são difíceis de prever, pois a mutação é extremamente aleatória. O que sabemos, é que, mesmo na Terra, nosso corpo faz o possível para se adaptar a situações extremas, como grandes altitudes e baixíssimas temperaturas.

Em lugares muito altos, os humanos adquiriram pulmões mais potentes que facilitam a respiração, além de níveis de oxigênio no sangue diferenciados – um exemplo prático da adaptabilidade de nosso organismo. O que o V101 sugere, devido à lentidão com que a evolução natural ocorre, pode ser que a tecnologia nos induza a um momento de evolução controlada. Corpos seriam artificialmente gerados para sobreviver a essas longas viagens. “Surgem, assim, ideias como a de eliminar nossos pulmões, para não dependermos de oxigênio. Ou mesmo a de cortar partes de nosso sistema digestivo, para não dependermos de comida”, explica. “Outras ideias sugerem que devemos ser menores, para que possamos otimizar nossa energia”, conclui.

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