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Presidente da Goiás Turismo estranha mudança no Iphan

O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, é cético quanto a mudança do comando do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizado após indicação do deputado federal Professor Alcides (PP).

No lugar da historiadora Salma Saddi, o deputado sugeriu o nome do advogado Alysson Cabral.

A escolha não é técnica, mas obedece a critérios políticos.

Por apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na aprovação de seus projetos na Câmara dos Deputados, o parlamentar goiano teria conquistado o direito de indicar o advogado.     

Fabrício diz ao Diário da Manhã que não discute necessariamente a indicação, mas a funcionalidade do Iphan e as parcerias que ele realiza com o Governo de Goiás.

“Recebemos esta mudança com preocupação, pois nossa colaboração com o Iphan estava muito assertiva. Afinal, várias coisas estavam andando, como a possibilidade da inserção das  cavalhadas no mercado internacional”, diz o presidente da Goiás Turismo, entidade estatal responsável por pensar políticas públicas para o turismo goiano.

Fabrício diz ainda que os diálogos com Salma Saddi estavam adiantados em relação ao “Caminho de Cora”, que também poderia contar com grande visibilidade internacional a partir da cooperação do Iphan.

“Este debate estava realmente avançado, pois a Salma é prestigiada junto ao Iphan nacional. Queremos muito esta inserção de nossos eventos, pontos turísticos e históricos junto da Unesco”.

PERFIL TÉCNICO

O presidente da Goiás Turismo usa a expressão “descontinuidade” para descrever sua preocupação com o futuro das ações entre Iphan e Governo de Goiás.

“A falta de perfil técnico, sem querer julgar, pode atrapalhar”, analisa.

O gestor diz que agradece a atuação de Salma junto aos projetos de Goiás e enaltece seu trabalho para proteger o patrimônio artístico, arquitetônico e cultural dos goianos.

VÁRIAS MANIFESTAÇÕES

A Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) também expressaram preocupação com as mudanças na gestão do Iphan nos estados do país, caso de Goiás e Paraná.

“As alterações intempestivas nos cargos de superintendentes, como as ocorridas em Goiás, Paraná e Distrito Federal, impactam políticas públicas exitosas, que vinham sendo executadas por equipes constituídas pelos mais importantes especialistas das mais variadas áreas: antropologia, história, arqueologia, arquitetura, urbanismo, sociologia, artes, geografia”, diz o documento.      

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