A Universidade Estácio viabilizou, em São Paulo, um curso voltado para profissionais em medicina interessados em saber mais sobre o uso do canabinoide, um componente da maconha, utilizados em pacientes com doenças específicas. A expectativa é de que o curso seja dado também para profissionais do Rio.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a importação da substância há cinco anos. Hoje cerca de 800 profissionais de medicina no Brasil já´prescrevem o remédio para controle de várias doenças ligadas a ortopedia, oncologia e neurologia.
" O curso trará reflexão sobre algo que é novo, mas que já vem mostrando benefícios", afirma o gestor nacional de Medicina da universidade, Sílvio Pessanha Neto. De acordo com ele, as aulas serão dadas por profissionais que, além do conhecimento teórico, têm experiência de prescrição.
"O curso veio em boa hora avalia Pessanha. O curso terá como ponto de partida a discussão de casos de pacientes tratados com o canabidiol para controle de problemas ligados a ortopedia, oncologia e neurologia. "Há uma carência de informações sobre o assunto", diz. "O objetivo não é prescrever ou não prescrever. A ideia é trazer para a universidade discussões para que colegas possam interagir e, a partir daí, avaliar a prática clínica."
A neurologista Christina Funatsu, de São Paulo, foi uma das que se inscreveram no curso, com carga horária de oito horas. Com 25 anos de experiência profissional, Christina passou a indicar o uso de canabidiol há pouco mais de um ano, para um pequeno número de pacientes que não apresentavam respostas ao tratamento tradicional.
A neurologista disse que indica o canabidiol para pessoas que já não respondem à medicação para dores crônicas ou para pacientes com crises convulsivas de difícil controle, como autistas e outros. Ao longo de um ano, ela calcula ter prescrito canabidiol para quase uma centena de pessoas. "É um divisor de águas", diz,
Cristina Funatsu considera que, há uma melhora importante nos pacientes. tratados com a substância. Disse que em alguns casos a evolução foi prejudicada pela falta de recursos, ao medicamento, já que os custos para quem o utiliza por um longo período, é bastante elevado.
Com informações do Correio Braziliense