O Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), lançou a edição n°55 da Revista O Biólogo, que propõe um debate sobre a importância do estudo da flora brasileira que pode auxiliar no combate a fome no país.
De acordo com a presidente do CRBio-01, Dra. Iracema Helena Schoenlein-Crusius, a edição segue o novo projeto editorial da revista trimestal que foi concebido para propiciar ao leitor, dossiês abrangentes sobre temas da Biologia.
"O tema da edição é detalhado em uma grande reportagem, complementada por uma entrevista pingue-pongue, outras matérias, boxes e seções com resenhas, além de fotos, ilustrações, infográficos, podcasts e vídeos", afirma Iracema.
De acordo com a presidente a Revista O Biólogo cumpre também o papel de divulgação científica. "Procuramos apresentar os temas da Biologia com uma linguagem e visual convidativos ao público em geral. Vivemos um momento em que a Ciência é intensamente discutida e queremos contribuir com a divulgação de conceitos da Biologia", afirma.
Veja a entrevista abaixo:
A presidente do CRBio-01 informou que os temas da Revista O Biólogo são sempre antenados com a nossa realidade "Vivemos a maior crise sanitária em um século, com consequências sociais extremamente graves, sendo uma das mais devastadoras, o agravamento da insegurança alimentar, nesta nova edição da Revista O Biólogo, mostramos o trabalho de biólogos em ações e pesquisas relacionadas ao esforço pela redução da insegurança alimentar no nosso país, agravada pela pandemia da Covid-19".
Para Iracema o estudo da flora pode contribuir com a proposição de alternativas para a redução da desnutrição, assim também como do sobrepeso, "Vale lembrar que uma pessoa pode ser obesa e, ao mesmo tempo, desnutrida, porque tem uma alimentação inadequada", conta.
Veja a entrevista abaixo:
Nesta edição da revista, as matérias mostram as alternativas para a minimização da insegurança alimentar, tal como a utilização de determinadas plantas para complementar ou mesmo, substituir determinadas fontes de nutrientes. "Também foi abordado o viés social, no qual pesquisadores de renome utilizam a ciência para encontrar soluções em projetos para suprir as necessidades nutricionais de populações carentes", conta Iracema.
De acordo com a Bióloga, membro Instituto Floresta Cheia e Produtora rural de orgânicos, Elizabeth Ferreira Guimarães, "Na natureza espontaneamente podemos encontrar centenas de plantas alimentícias não convencionais (PANCs) que enriquecem a dieta humana, muitas ricas em proteínas substituindo inclusive a proteína da carne, como o Amaranto ( Amaranthus _viridis ) dentre outras. Essas plantas podem ser colhidas em nosso jardim sem nem mesmo ter trabalho em plantar, pois nascem espontaneamente por diversos espaços e Campos onde há terra".
Receitas com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs):
Elizabeth afirma que a desnutrição pode ser consequência de alimentação com baixo teor de minerais, vitaminas e outros micro nutrientes que pode levar a baixa imunidade deixando o organismo propenso a doenças.
"Hoje com a facilidade dos alimentos prontos e processados perdeu se o hábito de cozinhar o próprio alimento até mesmo de plantar sua própria hortinha, cultivadas de forma natural e orgânica, sem introdução de produtos químicos ou venenos, esses sim estão baixando a imunidade e ajudando a matar pessoas", afirma a bióloga.
Segundo Elizabeth outra forma de produção de alimentos contendo essas propriedades completas são os cultivos naturais de hortas orgânicas, "Para isso temos diversas formas de cultivo, sendo uma delas a Agrofloresta, sistema de plantio que imita a natureza plantando em consórcio as hortaliças, frutíferas e árvores", informa a bióloga.
Para ela se queremos ter saúde é necessário respeitar a vida inclusive do solo e as forma de plantio, "em agrofloresta ou agroecológica segue os princípios e leis da natureza produzindo e gerando matéria orgânica ao ambiente, que transforma em biomassa, que depositada no solo alimenta a vida gerando biodiversidade e promovendo a sintropia, assim enriquecendo o alimento que sai da horta e vai para nossa mesa com todos os nutrientes que o corpo precisa", conclui Elisabeth.