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CORONAVÍRUS

Embaixada da China no Brasil reage a comentário de Eduardo Bolsonaro "contraiu vírus mental"

Após Eduardo Bolsonaro ter reproduzido uma série de tuítes de Rodrigo da Silva, do site Spotniks, culpando o Partido Comunista Chinês pela pandemia do coronavírus, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, reagiu duramente e exigiu desculpas ao povo chinês.

"A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e à Câmara dos Deputados", escreveu Wamming em um dos tuítes de resposta.

O embaixador Yang Wanming também questionou o conhecimento sobre política internacional de Eduardo, que chegou a ser apontado pelo pai, o presidente Jair Bolsonaro, como possível embaixador do Brasil em Washington. "Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo. Aconselhamos que não corra para ser o porta-voz dos EUA no Brasil, sob a pena de tropeçar feio."

Em outro post, o embaixador afirmou que o ato de Eduardo pode ferir a relação amistosa entre China e Brasil: "As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial. Além disso, vão ferir a relação amistosa China-Brasil. Precisa assumir todas as suas consequências".

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu desculpas à China na madrugada desta quinta-feira (19) pelo comentário do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que culpou o país pela disseminação do coronavírus pelo mundo.

"Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador @WanmingYang pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro", escreveu Maia em uma rede social.

Relação entre os dois países

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, as relações comerciais entre Brasil e China "têm se caracterizado por notável dinamismo".

"Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS, G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente)", afirma o Itamaraty em um texto publicado no site oficial.

Desse modo de acordo com a pasta, o comércio bilateral entre Brasil e China saltou de US$ 3,2 bilhões em 2001 para US$ 98 bilhões em 2019 (em 2018 foram US$ 98,9 bilhões).

"A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2012, a China tornou-se o principal fornecedor de produtos importados pelo Brasil", acrescentou a pasta, no mesmo texto.

*Com informações do G1

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