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CORONAVÍRUS

Medidas de contenção podem reduzir taxa de contaminação se aplicadas cedo

Um estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde demonstrou que a implementação de medidas de contenção logo após a notificação dos primeiros casos de covid-19, pode levar um impacto positivo na contenção da pandemia.

O estudo comparou curvas de contaminação de diversos países e identificou que países onde as medidas foram aplicadas logo após as primeiras confirmações de contágio, essas curvas sofreram um achatamento. Já onde houve demora na adoção de tais medidas, como na Itália, a curva ainda não apresentou mudanças significativas para conclusões.

Os pesquisadores apontam que os resultados positivos, de medidas como isolamento social e fechamento de estabelecimentos, requerem um tempo razoável para começar a influenciar na desaceleração da taxa de crescimento do número de casos confirmados. Podem levar até duas semanas para aparecer.

A China impôs quarentena em 23 de janeiro, quando tinha 199 casos confirmados fora da província de Hubei. Em oito dias foi observada uma desaceleração dos números. Em 16 dias foi indicado um declínio mais expressivo na taxa de crescimento.

A Coreia do Sul agiu ainda mais rápido e a recomendação de isolamento veio no dia 20 de fevereiro, quando havia apenas 104 casos. A desaceleração na taxa de crescimento ocorreu 14 dias depois do isolamento. Os pesquisadores ressaltam que a primeira medida retardou o crescimento da curva de propagação no país.

Logo, em países que optaram mais tarde por medidas como o isolamento, não se percebe o mesmo resultado. A Itália decretou quarentena em 9 de março, quando já tinha 9.172 casos. Antes, o país havia fechado fronteiras e escolas, mas quando apresentava milhares de casos. Na Espanha, onde optou-se por isolamento mais cedo, apresentam resultados melhores hoje.

A curva brasileira após início de medidas de contenção da pandemia

Os pesquisadores apontam que ainda é cedo para analisar as medidas de contenção brasileiras, porque estão sendo tomadas em nível regional. São Paulo decretou quarentena a partir do último dia 23. No Rio de Janeiro, a medida começou no dia 24.

No entanto, projeções anteriores feitas pelo núcleo mostraram que o Brasil caminha para um cenário otimista de contaminados. A projeção, realizada em 16 de março, apontou que até o dia 26 deste mês o Brasil teria três possíveis cenários: o pessimista, no qual teríamos 4.970 casos; o mediano, com 3.750 casos; e o otimista, com 2.314. De acordo com o ministério da Saúde, em 26 de março, o Brasil tinha 2.915 casos oficias.

Baseando-se no comportamento brasileiro em comparação com um grupo de países, até nesta segunda-feira (30), o Brasil pode ter uma média de 6.375 casos confirmados. Na projeção pessimista, mais de 11 mil casos.

Segundo os pesquisadores, se o crescimento se mantiver no cenário otimista, espera uma curva menos acentuada. No entanto, caso as medidas de contenção não sejam eficazes (ou a população deixe de respeitá-las mesmas), pode-se chegar a um cenário pessimista.

O núcleo fez projeções para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram os maiores números de casos.

São Paulo ficou muito abaixo das projeções feitas no dia 16 de março. No cenário otimista, São Paulo chegaria a 1.573 casos no dia 26 de março, porém, neste dia o estado registrava 1.052 casos, segundo a secretaria de saúde. De acordo com o estudo, a desigualdade pode apontar baixo nível de testagem, subnotificação ou atraso na notificação dos casos.

No dia 30, o grupo antecipa um aumento no número de casos. Na média, pode-se esperar 2.792 casos. No cenário mais otimista, o estado pode ter 1.557 e, no cenário pessimista, 5.059 casos.

Rio de Janeiro seguiu o cenário mediano. A projeção até o dia 26 mostrava 278 casos no melhor cenário, 596 no pessimista e 450 no mediano. Até o dia 25 o estado apresentava 421 casos confirmados, segundo a secretaria de saúde.

Até nesta segunda, o estado pode ter 769 casos em média. "Destaca-se que, pelas projeções, há um crescimento de 482% no intervalo de 10 dias, sem levar em consideração o possível efeito atenuante pela adoção da política de contenção, realizada pelo Estado do Rio de Janeiro", diz o documento. No cenário otimista o estado terá 429 casos, no pessimista chega a 1.392.

*Com informações do Uol

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