A proposta de alguns estados de diminuírem as regras de isolamento social, permitindo que os cidadãos aos poucos , retornem suas atividades, trouxe apreensão a médicos que lidam diretamente com os pacientes infectados pela Covid-19. São Paulo é um dos estados que mais traz preocupação, pois concentra o maior número de casos confirmados e mortes em decorrência do novo coronavírus e planeja uma abertura para a segunda semana de maio.
Para o médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissmann, "acabar com o distanciamento físico neste momento é impossível", alerta. Outros estados se antecipam e passaram a flexibilizar o isolamento. As medidas restritivas foram diminuídas em estados como Goiás e Santa Catarina, onde houve até comemoração durante a reabertura de um shopping em Blumenau.
No Centro-Oeste, estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul delegaram aos municípios o poder sobre a reabertura, enquanto Norte e Nordeste a estrutura da saúde pública estão sobrecarregadas. Ao menos quatro estados nessas regiões tinham, até a semana passada , mais de 90% de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Segundo Weissmann, "o afrouxamento das medidas de contenção do vírus, caso ocorra, deve ser feito com muita responsabilidade, especialmente em cidades menores, para que não haja um colapso do sistema de saúde", destacou.
Goiás vai fazer fiscalização para evitar aglomerações, diz Caiado
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), declarou que já informou os órgãos competentes para que iniciem uma fiscalização, a fim de impedir aglomerações e manifestações pelo estado. O anúncio foi feito nesta domingo (29), através da conta do governador no Twitter. Conforme Caiado, a fiscalização tem por objetivo cumprir uma determinação do Tribunal de Justiça de Goiás, que atendeu a um pedido do Ministério Público, para proibir aglomerações e manifestações de qualquer natureza até o dia 30 de abril.
Caiado tem defendido a adoção de medidas mais restritivas no combate ao coronavírus, desde que a doença foi registrada no Brasil. Para o governador, "a decisão do magistrado diz buscar a preservação da saúde dos goianos e determina que o Estado garanta o cumprimento. Será cumprido conforme a justiça determinou! Já informei a todos os responsáveis pela fiscalização em Goiás que a justiça proibiu manifestações e aglomerações", declarou o governador.