A cloroquina ou hidroxicloroquina ganhou destaque nos últimos dias no combate a covid-19, principalmente pela ampla divulgação do remédio pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). Entretanto órgãos ligados a saúde como a Associação Brasileira de Medicina Intensiva (ABMI), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia publicaram um documento em conjunto na última terça-feira (19/5), onde não recomendam o uso do medicamento devido a pouca eficácia no tratamento para a doença.
No sábado (16) o DM Online entrou em contato com o diretor do Hospital Regional Tibério Nunes, Justino Moreira, em busca das informações sobre o tratamento usado na unidade que ganhou destaque nacional. Entretanto o médico disse durante a entrevista que usa a cloroquina desde o início da pandemia, mas que o melhor resultado foi obtido com corticóides.
No cenário que agora engloba o estado de Goiás nós presenciamos a defesa do medicamento por parte do Conselho Regional de Medicina (Cremego), durante uma live com o jornalista e analista político Alexandre Garcia. Na live, o diretor científico Waldemar do Amaral afirma que o medicamento é receitado em Goiás, mas que o mesmo tem pouco ou quase nenhum efeito colateral.
Procurando entender melhor a situação, a reportagem entrou em contato com o Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus em Goiânia (HCamp), para entender se os médicos aqui tem usado a cloroquina ou a hidroxicloroquina juntamente com a azitromicina.
A assessoria de imprensa da unidade informou por meio de nota, que além da equipe ser composta por diversos profissionais e de várias áreas, os quais estão atualizados com a literatura médica internacional e aplicam práticas de medicina baseada em evidencias científicas.
HCamp usa cloroquina por meio de protocolo e regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde
Em relação ao uso da Cloroquina ou Hidroxicloroquina associado a Azitromicina, o HCamp explica que a unidade faz parte de projetos de pesquisas e que há um protocolo para o uso da medicação, conforme as regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o HCamp para aplicação de qualquer medicamento para o tratamento da doença, a equipe faz uma rigorosa avaliação médica para receitar a medicação ao paciente e acompanha os resultados de estudos publicados em revistas e jornais médicos de alto impacto.
Mesmo com o uso da cloroquina a equipe médica fez questão de salientar que acredita na validação de um antiviral eficiente contra o coronavírus, e que estudos com um número maior de pacientes, os quais foram submetidos ao tratamento com a Cloroquina e outros fármacos, não mostraram eficiência no tratamento da Covid-19.
O HCamp afirma também que há outros estudos em andamentos, mas sem conclusão científica para adotar então a substância ideal para o tratamento da Covid-19.