Professores da Universidade de Brasília (UnB) que estão contribuindo nas pesquisas da aplicabilidade do uso da cloroquina na medicação de pacientes infectados com o novo coronavírus, agora, são alvos de ataques. As hostilidades provêm tanto de quem é a favor do uso do procedimento quanto entre aqueles que não consideram a utilização do remédio.
As situações foram vivenciadas ainda no início de abril, na ocasião em que a instituição de ensino divulgou que um grupo da UnB iria se prontificar ao trabalho de estudo sobre a eficácia da droga. O cenário das agressões foram as redes sociais e alcançou diversos pesquisadores, incluindo de fora da universidade.
Um dos docentes alvo das agressões foi aprovado pelo Conselho da Fundação de Amparo a Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) para substituir a pesquisa sobre o medicamento, que tem sido resultado de polêmica e coadjuvou o episódio da queda de dois ministros do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Reitora se manifesta
Em seguida aos ataques, vieram à tona, a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, se pronunciou sobre as agressões, que nomeou como “abominável” e “inadmissível”. “O professor [mais atacado nos protestos] é destacado por uma careira brilhante na UnB, tem diversos artigos científicos publicados e é membro titular do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]”, reforçou.
A docente evidenciou a colaboração dos profissionais que motivem os estudos diante do enfrentamento à Covid-19. “A crise de saúde sanitária representa um dos maiores impactos de contratempos em nossa realidade e só poderá ser vencida ou controlada coma contribuição da ciência e a participação de todos”.
“É lastimável que cientistas brasileiros envolvidos com a busca de respostas para o grave problemática que está diante de nossos olhos estejam sendo alvo de tão lamentável ação, que, afinal, desacredita a ciência como um todo”, pontuou.
Em nota, Márcia comunicou que a UnB tem “comprometimento com a ciência”.
“É inaceitável que os docentes sejam alvos de agressões motivadas por origens ideológicas e sem qualquer amparo na realidade e em pesquisa científica.
A UnB afirma seu empenho em defesa da ciência, da ética e do respeito ao próximo”.
*Com informações do Metrópoles