Para o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), todas as secretarias estaduais indicaram à entidade ter um ou mais medicamentos dessa classe em falta ou com estoque defasado. Já há investigações em andamento em pelo menos dois Estados (Rio de Janeiro e Macapá) para investigar óbitos de pacientes que não tiveram acesso a essas medicações.
Médicos e gestores afirmam que a situação deve- se primordialmente a crescente procura por esses medicamentos, por conta do alto número de doentes que precisam ser entubados e do período prolongado de internação desses pacientes em UTIs.
De acordo com Ederlon Rezende, membro do conselho da Associação de Medicina Intensiva Brasileira "é um uso prolongado e geralmente é usada uma combinação de drogas de acordo com a gravidade e o objetivo. Todos ficam falando sob o risco de colapso por falta de leitos, mas agora temos o risco de falta desses medicamentos essenciais para a sobrevivência do paciente".
Um representante do Conass, relatou que o órgão mandou ofício para o Ministério da Saúde no dia 14 de maio , solicitando auxílio do governo federal aos Estados na relação com fornecedores. O problema foi tema de novo ofício, enviado no dia 29.
Hoje, a maioria desses medicamentos é comprada diretamente pelos estados e municípios ou pelos hospitais, mas as secretarias avaliam que uma intervenção do ministério junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e aos fabricantes pode facilitar a compra. Ao Conass o ministério prometeu auxiliar na negociação com fornecedores.
Segundo Nelson Mussoline, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), afirmou que os laboratórios estão trabalhando em máxima capacidade para dar conta da demanda e agora a produção está normalizada. "Tivemos problema quando houve "lockdown" na Índia e estamos tendo dificuldades com frete internacional. O número de vôos foi reduzido e o preço subiu. Antes pagávamos US$ 2 por quilo transportado e agora, US$ 15".
Investigação
Dois hospitais de referência para tratamento de Covid-19 no país, como o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (RJ) e a Unidade Centro Covid-19 (Macapá), são investigados por suspeita de que a morte de alguns pacientes tenha sido causada pela falta de medicamentos ultilizados na intubação.
*Com informações do Uol.