Em apenas 129 dias o Covid-19 superou os registros anuais de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), elaborados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde de 1996, quando a contagem foi promovida nos modelos atuais. Nesta sexta-feira (24), o Brasil atingiu 85.238 mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus/2019.
Segundo o Sistema de Informação de Monitoramento (SIM), do Ministério da Saúde, até então o ano que havia registrado mais óbitos por doenças respiratórias (gripes e pneumonias), havia sido 2016, quando ocorreu 84.097 mortes por SRAG no país.
De acordo com o site Uol, São Paulo e Rio de janeiro são as áreas mais afetadas pela pandemia, já somam mais mortes por Covid-19 do que os registros anuais de SRAG entre 1997 a 2002. Os dois estados somavam 33.429 óbitos até esta quinta (23), enquanto o recorde registrado nesse período aconteceu em 2002, com 32.829 vítimas de doenças respiratórias.
O descontrole da pandemia vem causando impactos nacionais e internacionais para o Brasil. Nesta sexta-feira (24), a Fórmula 1 declarou o cancelamento do Grande Prêmio do Brasil, que seria realizado em 15 de novembro. Pela primeira vez desde 1972. Após o pronunciamento, a prefeitura de São Paulo anunciou o cancelamento do desfile das escolas de samba no carnaval e a parada LGBTQ+.
Aumento de até 290% de mortes nos estados
Apesar que recorde nos números nacionais já chamem a atenção, a devastação provocada pela pandemia do novo coronavírus é ainda mais alarmante quando os dados são analisados por estado. Em 16 estados e no Distrito Federal, o número de óbitos pelo coronavírus já supra o recorde de mortes por SRAG.
O cenário atinge principalmente estados do Norte e Nordeste, nos quais o crescimento no número de mortes por Covid-19 em relação ao pico anterior de doenças respiratórias chega a ser superior a 100%.
No Amazonas, um dos locais do país onde o sistema de saúde colapsou, por conta da pandemia, até quinta-feira, o estado já tinha 3.193 mortes, crescimento de 290% em relação ao recorde de mortes por SRAG anterior. O maior número de amazonenses mortos por doenças respiratórias havia sido 265 em 2018.
Os estados de Roraima, Amapá, Pará e Rondônia também registraram crescimentos de mortalidade superiores a 100%.