Um relatório publicado nesta segunda-feira (13) pela Nações Unidas chama atenção para a relação entre a covid-19 com a morte indireta de milhares de mãe e crianças, pela falta de pré-natal e vacinas.
No texto, com o tema Every Woman, Every Child, Every Adolescent ("Toda mulher, toda criança, todo adolescente"), é estimado em números, o impacto múltiplo da pandemia do coronavírus na saúde dessa parcela da população, que vai desde o acesso a contraceptivos à merenda escolar, fechadas em determinação do isolamento social.
De acordo com o documento, em 2018, 5,3 milhões de crianças com menos de cinco anos morreram em todo o mundo. Devido à pandemia, estima-se 400 mil mortes a mais, por conta de interrupções e problemas nos serviços de saúde.
Já, em relação a mortalidade materna, 295 mil mulheres morreram globalmente em 2017, por complicações na gravidez, como hemorragia e sepse. Com os efeitos do coronavírus, o relatório estima novas 24,4 mil mortes pelas mesmas causas.
O documento destaca ainda que:
- 13,5 milhões de crianças deixaram de ser vacinadas contra doenças que podem ser fatais;
- Mais de 20 países já relataram escassez de vacinas causada pela pandemia;
- Há interrupção no fornecimento de contraceptivos, podendo levar a 15 milhões de gestações indesejadas em países de baixa e média renda;
- De 42 a 66 milhões de crianças correm o risco de cair na pobreza extrema;
- Cerca de 370 milhões de crianças estão deixando de receber refeições na escola;
- Mulheres têm particularidades que as colocam vulneráveis à depressão e ansiedade;
- Estima-se que pode haver mais 15 milhões de atos violentos contra meninas e mulheres a cada três meses de confinamento; em alguns países, chamadas de emergência aumentaram 30%.
*Com informações da BBC News Brasil