O corpo de uma menina de 4 anos, que morreu com suspeita de Covid-19, teria ficado na emergência do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) por 24h, segundo uma denúncia do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF).
Segundo Gilmar Rodrigues, diretor de Comunicação do Sindesv-DF, alguns vigilantes foram repreendidos após reclarem da situação na direção da unidade de saúde da Asa Sul. “Foram reclamar, e ele [um funcionário] falou que eles não tinham nada a ver e que, se não quisessem trabalhar, ele mandaria devolver todos de lá”, contou.
Ainda de acordo com Gilmar, o local onde todos os vigilantes ficam é uma em salinha próximo a entrada da emergência pediátrica. Ele afirma que o corpo da criança foi deixado na emergência por mais de 24h e, pontuou que a sala não tem sequer refrigeração.
"A informação que a direção do hospital passou para a segurança é de que todos os corpos de criança que morrerem agora de Covid vão ficar naquele local. É um absurdo. Todos os pacientes passam por ali", reclamou Gilmar.
A emergência pediátrica do Hmib ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. Em nota, a Secretaria de Saúde respondeu em nome do hospital, informando que “a unidade ainda aguarda o resultado do teste RT-PCR para concluir se o referido paciente estava ou não com Covid”.
Sobre os vigilantes terem sido repreendidos, a Secretaria de Saúde afirmou que os profissionais de fato foram chamados a atenção pois "tiveram uma conduta totalmente inapropriada e irregular ao tirarem foto do corpo, sem autorização da família nem do hospital", informou o comunicado.
Veja a nota completa:
A direção do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) esclarece que todas as crianças que estão sendo atendidas no pronto-socorro do hospital e apresentam sintomas respiratórios são tidas como suspeitas de Covid-19. A unidade ainda aguarda o resultado do teste RT-PCR para concluir se o referido paciente estava ou não com Covid.
O hospital informa ainda que o corpo permaneceu na sala de transição, seguindo todas as orientações e normas sanitárias, aguardando a conclusão dos trâmites entre a família e a funerária. Tudo foi feito seguindo os critérios estabelecidos. O corpo da criança já seguiu para a funerária.
Quanto à questão dos vigilantes terem sido repreendidos, realmente, isso aconteceu. Eles tiveram uma conduta totalmente inapropriada e irregular ao tirarem foto do corpo, sem autorização da família nem do hospital, desrespeitando o momento de luto e tristeza dos envolvidos.
Leitos pediátricos para Covid
Até as 10h10 da manhã desta terça, a taxa de ocupação de leitos de UTI pediátricos na rede pública do DF estava em 80%. Dos 10 leitos existentes no Hospital da Criança de Brasília (HCB), oito estão preenchidos. Na rede privada, até as 8h10, havia uma criança ocupando UTI para tratamento de Covid, no Hospital São Francisco.
*Com informações do Metrópoles.
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