A técnica em enfermagem, Polyena Silveira, foi uma das profissionais que atenderam um paciente no chão, por falta de maca na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Promorar, na zona sul de Teresina.
Segundo a profissional, os doentes e seus familiares estão esperando outras pessoas morrerem, para conseguirem uma vaga na Unidade de Saúde de Teresina.
"Estamos sofrendo junto com a família daqueles pacientes que ficam lá fora esperando uma alta, uma transferência ou até mesmo um óbito pra poder ocupar o lugar. É difícil. Pra quem está vivendo, pra quem está acompanhado, é difícil", afirmou a profissional de saúde.
De acordo com a técnica em enfermagem,o paciente deu entrada em parada cardíaca respiratória na UPA, onde não havia leito, monitor e nem ventilador mecânico. Ele morre no chão da Unidade.
"Fizemos mais de seis ciclos de reanimação cardiopulmonar e infelizmente não conseguimos trazer o paciente de volta. A gente está numa situação traumática", relatou.
Polyena atua como técnica em enfermagem há 8 anos, trabalha na UPA do Promorar e Hospital de Urgência de Teresina (HUT). A profissional afirmou que nunca viveu uma situação parecida e fez um apelo à população.
"Eu queria até fazer um pedido do fundo do meu coração com toda humildade. Se puder ficar em casa, se não for uma saída essencial, que realmente precise, fique em casa. Fique em casa por mim, que sou profissional de saúde, pelos meus amigos que sofrem e estamos sofrendo a cada paciente que não temos onde colocar", completou.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesapi), informou que até o momento há 152 pessoas com Covid-19, na fila de espera por leitos de UTI, em todo o Piauí. São 1.188 leitos ocupados, sendo 762 leitos clínicos, 389 ÚTIs e 37 leitos de estabilização.
Os casos confirmados no estado chegaram à 190.385, com 3.740 óbitos.