Três servidores públicos foram indiciados na quarta -feira (24) por envolvimento em um esquema de fura-filas na aplicação da vacina contra a Covid-19 no município de Santa Rita do Novo Destino. Segundo a Polícia Civil, os três responsáveis pela vacinação no município, desviaram quatro doses da vacina, ao final da 1ª etapa de vacinação.
A investigações apontam que os suspeitos pretendiam aplicar as doses em pessoas fora do grupo prioritário, incluindo outros servidores municipais. No inquérito foram indiciados o secretário municipal de Saúde (SMS), Marcelo Gomes de Moraes, a enfermeira Ladyanne Araújo dos Santos Tosta e a coordenadora da SMS, Isaura Vieira da Cunha.
A polícia ainda identificou que os imunizantes desviados beneficiaram o secretário municipal de Transportes, um técnico de informática da Prefeitura, o irmão da primeira-dama do município e uma mulher que tinha relação de amizade com umas das enfermeiras.
O secretário municipal de Saúde, Marcelo Moraes, disse em nota que não teve acesso ao inquérito para verificar as acusações, bem como sobre os números e indicações referentes à vacina. Mas, disse ainda que o "município de Santa Rita do Novo Destino através da Secretaria Municipal de Saúde tem realizado a vacinação contra o Covid-19 com seriedade"
Os três servidores foram indiciados pelo crime de peculato, na modalidade desvio, e por inserção de dados falsos em sistemas de informações, cujas penas, somadas, podem chegar a 24 anos de prisão, segundo a Polícia Civil.
Na investigação, os servidores alegaram que viajaram cerca de 30 quilômetros para vacinar idosos que integram o grupo prioritário. Na volta, perceberam a sobra de quatro doses e, para não descartar o imunizante, decidiram fazer a aplicação em pessoas que entrariam no grupo prioritário, em algum momento.
O secretário disse que as doses foram aplicadas em pessoas com doenças cardíacas, hipertensas e com algum tipo de câncer. Porém, a idade dessas pessoas não foi divulgada.
O juiz Vôlnei Silva Fraissat determinou o bloqueio de bens de cada um dos três investigados no valor de R$ 50 mil, em 12 de março, a pedido do promotor Tommaso Leonardi, que protocolou em 11 de março uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa que culminou no indiciamento dos envolvidos.
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