Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais disponibilizados no Portal da Transparência. Pela primeira na história a região sudeste do pais registra mais mortes do que nascimentos no Brasil. Os dados são das primeira semana de abril. A taxa de mortalidade em comparação ao ano passado teve o crescimento de 63%.
Foram 13.998 nascimentos em abril, mas 15.967 óbitos no mesmo período. São 1.969 mortes a mais do que nascimentos. As informações são preliminares, uma vez que cartórios têm o prazo de 10 dias para realizar os registros. Março foi o mês com mais mortes desde o começo da pandemia. Dados preliminares apontam que no mês de abril o Brasil pode registrar 220 mil mortes por todo tipo de causas.
Pesquisadores apontam que o fato inédito deve atingir todo o país no mês de abril, não apenas regionalmente, como os dados acima. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 120 anos, a população do Brasil só cresceu, atualmente, são 212.9 milhões de pessoas. A previsão do IBGE era que as taxas se cruzassem no ano de 2047. Mas por conta da disseminação do vírus da Covid-19, esse fenômeno pode ser adiantado.
De acordo com o doutor em demografia José Eustáquio Diniz Alves, os impactos no sistema de saúde e na economia influenciam as decisões das famílias em esperar um tempo mais oportuno para poder ter filhos. O que de fato também influencia na reduz da taxa de natalidade.
“A pandemia acelerou as mortes e reduziu o nascimento, por quê? Na primeira onda, em junho e julho, muitas mulheres e casais a hora que viram o sistema colapsando, o mercado de trabalho com 32 milhões de desempregas, adiaram a decisão reprodutiva. A mulher decidiu ficar grávida em um momento mais adequado”, afirma Jose Eustáquio.
Para especialistas a diferença entre o crescimento de mortes para nascimentos deve ser provisória. Já que se trata de uma alteração temporária por conta da pandemia da covid-19
“Na medida em que hospitalizações, casos e mortes se reduzam, ou seja, que não haja tanta sobremortalidade, a razão aumentaria. O efeito demográfico não é de longo prazo. Mas o impacto do excesso de mortes é nítido, preocupante, e um reflexo da falta coordenada de controle, o que gera uma condição totalmente inédita. Espera-se que seja temporária, mas depende do que será feito para conter essa alta mortalidade sendo observada."Em entrevista ao G1 SP
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