A Secretária Municipal de Saúde Marjuery Seabra de Brito, e a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Heloísa Dias Lopes, foram afastadas nesta quarta-feira (7) suspeitas de participar do esquema de furada de fila da vacina contra Covid-19, pela a prefeitura de Ceres, na região central do estado.
A informação foi confirmada pelo Promotor de Justiça Marcos Rios, que investiga a participação das duas servidoras. O promotor recebeu denúncias de que parentes e amigos de médicos donos de hospitais no município foram colocados na lista de vacinação como funcionários fictícios para receberem a vacina .
Marcos Rios abriu um inquérito civil público em 10 de fevereiro para iniciar a investigação. Ele diz não conseguir finalizar o processo ainda porque no meio da apuração a prefeitura enviou listas diferentes com os nomes dos vacinados. A cada troca de lista, ele diz ter percebido que alguns nomes sumiram e outros entraram.
"Vamos ingressar com improbidade administrativa contra o prefeito, a secretária de Saúde e a coordenadora da vigilância epidemiológica porque desviaram a coisa pública em favor de terceiro. Essa vacina, neste momento, vale mais que ouro. É um bem público valiosíssimo", explicou Marcos Rios.
O inquérito apontou falhas em duas frentes: dos hospitais que incluíram os nomes de familiares de médicos na lista de funcionários e da prefeitura por enviar a quantidade de doses pedida pelos hospitais sem verificar os nomes listados e deixar de fiscalizar posteriormente a aplicação da vacina.
O promotor disse que reconheceu diversos nomes que estavam na lista dos hospitais. Ele fez uma investigação preliminar para embasar a abertura do inquérito civil público e descobriu que um médico oftalmologista tomou a vacina.
"Ele nunca viu um paciente com coronavírus. Não é da linha de frente de combate e não poderia ser vacinado neste momento. As pessoas que precisavam da vacina são funcionários do Samu, de hospitais que atendem estes pacientes infectados e os idosos", relata o promotor.
*Com informações do G1 Goiás