Na terça-feira (01), Camila de Fátima de Almeida, de 33 anos, comemorou a recuperação da Covid-19, após ficar 35 dias internada em Itapetininga (SP). Ela afirma que chegou a levar um suto ao acordar no leito da UTI de um hospital particular, já que não se lembrava do que havia acontecido.
“Só lembro da hora que eu acordei, na UTI mesmo, eu olhei e falei ‘nossa’. Vi a televisão e pensei: 'o que eu estou fazendo nesse lugar?’. Vi meu braço todo roxo, achei que tinha sido acidente comigo”.
Camila foi internada no dia 28 de abril após sintomas graves da doença. O primeiro a testar positivo foi o marido dela que se recuperou antes que ela fosse internada.
Em seguida, a mãe dela, Maria de Lurdes Moraes de Almeida, de 68 anos, também contraiu o novo coronavírus e precisou de internação no período que Camila já estava intubada.
“Fui passar no médico, estava tendo calafrios e tinha testado positivo. Fiquei internada no dia 5 de maio. Minha filha tinha sido internada no dia 28 de abril. E eu chorava quando estava internada. Ninguém queria falar nada pra que eu não ficasse nervosa, mas eu estava nervosa sem notícias”, relata Maria de Lurdes .
A mãe conta ainda que chorou quando teve alta e soube que não encontraria a filha. “Mas me falavam que ela iria reagir, que era pra eu me preparar para recebê-la. A gente tinha muita fé. Com certeza a fé que me deu forças”, completa.
Camila afirma não se lembrar de nada durante o período que esteve internada, nem das mensagens trocadas com o marido, os áudios que ele enviava com as mensagens da filha, de seis anos, e nem mesmo como foi ao hospital. Mas a mãe da paciente conta que ela só reagiu quando começou a ouvir os dois.
“Minha filha ficou 17 dias na UTI, pegou infecção hospitalar e depois de duas semanas, mais ou menos, pediram para gente começar a mandar áudio pra ela, para ver se ela acordava. Estavam tirando o sedativo dela para ela acordar. Mas só quando ela ouviu a voz do marido e da filha que ela se mexeu no leito. Ela acordou com os áudios da família”, diz Maria de Lurdes.
A família relata que contou com o apoio de todos os grupos de amigos e até desconhecidos que se uniram em oração pela recuperação de Camila em terços e novenas.
“Eu estou bem, graças a Deus, não tem o que falar. Os médicos me disseram que foi praticamente um milagre. Minhas pernas, meus braços, por enquanto eu não consigo mexer ainda direito, não tenho força, mas estou fazendo os exercícios que me passaram”, relata Camila.
No dia 1º de junho, a família foi para o hospital se encontrar com Camila e comemorar a alta.
“Graças a Deus tudo foi combatido. Quando ela teve alta, nós todos fomos lá. Foi o marido dela que recebeu a ligação. Todos nós corremos para lá com balões, cartazes. Ficamos no corredor onde ela iria sair. Ela chorou, a gente chorou. Foi muito emocionante. Todos que cuidaram de mim foram maravilhosos. Foi demais, o pessoal da secretaria, todo mundo. Pessoas que eu nem conheço, todos esperando. As enfermeiras queriam ver como eu estava. Foi demais, todo mundo feliz”, afirma Camila.