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CORONAVÍRUS

Apesar da Ômicron, vários países europeus suspendem restrições contra a covid-19

A Dinamarca pretende encerrar as restrições contra a covid-19 e reclassificar o vírus como uma doença que não é mais uma ameaça à população. Outros países europeus, como Áustria e Holanda, também anunciaram medidas semelhantes, apesar de a variante Ômicron causar recordes de novos casos no continente e no mundo, destacam agências internacionais.

Na Dinamarca, a medida deve ser adotada enquanto o país registra recordes de novos casos diários, mas internações em queda, uma tendência também em outros nações, sugerindo que a variante é menos mortal do que outras.

A média móvel de infecções na Dinamarca foi de 41.613 na quarta-feira, 26, um recorde em toda a pandemia e muito maior do que o pico de surtos anteriores, segundo dados do Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em dezembro de 2020, por exemplo, a média mais alta foi de 3.536. Com 5,8 milhões de pessoas, o país registrou mais de 1,5 milhão de infecções durante a pandemia em dois anos, sendo um milhão delas apenas nos últimos dois meses.

Em relação à média móvel de mortes, o país chegou a registrar 35 em um dia em janeiro de 2021. Durante o atual surto, no entanto, a maior média de óbitos diários foi 17. Atualmente, a nação tem 44 pacientes com covid internados em UTIs, abaixo dos 73 há duas semanas.

Com isso, o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, vai seguir uma recomendação da comissão epidemiológica de não estender nenhuma restrição depois de 31 de janeiro, segundo os documentos. Heunicke quer reduzir a classificação da doença a partir de 1º de fevereiro, quatro dias antes do proposto pela comissão. As restrições atuais incluem horários de funcionamento limitados para restaurantes e bares, uso de passaportes sanitários e a exigência de máscaras em lojas e em alguns eventos fechados.

Na Áustria, o governo anunciou nesta quinta-feira, 27, que a quarentena para pessoas não vacinadas vai terminar na próxima segunda-feira, já que a pressão sobre os hospitais diminuiu.

Desde 15 de novembro, pessoas não vacinadas na Áustria - cujo governo na semana passada tornou-se o primeiro no continente a aprovar a obrigatoriedade do imunizante - só podem sair de casa por um número limitado de motivos, como comprar itens essenciais ou trabalhar. Mesmo com o fim dessa restrição, os não vacinados ainda serão impedidos de algumas atividades, como comer em restaurantes.

Apesar de os casos diários terem aumentado, atingindo um novo recorde de mais de 30 mil nesta quarta-feira - número que o governo estima que vá aumentar -, a taxa de ocupação de leitos hospitalares e de UTIs, por outro lado, vem caindo.

"Chegamos à conclusão de que a quarentena para pessoas não vacinadas na Áustria só é justificável em caso de ameaça de sobrecarga iminente da capacidade nas UTIs", disse o ministro da Saúde local, Wolfgang Mueckstein, em entrevista coletiva.

Aumento de casos

No continente europeu, Alemanha, Polônia, Hungria, República Checa, Bulgária e Romênia registraram recordes de novos casos na quarta-feira, e o Parlamento alemão se prepara para debater propostas para exigir ou encorajar fortemente a população a se vacinar.

Com mais de 10 milhões de novos casos, as infecções na Europa aumentaram 13% na semana passada em comparação com a anterior, segundo dados da OMS, com França, Itália e Alemanha registrando os números mais altos. As mortes semanais na região, no entanto, diminuíram 5%.

Na terça-feira, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou que bares, restaurantes e teatros poderiam reabrir nesta quarta. Segundo o ministro da Saúde, Ernst Kuipers, os especialistas acham que a reabertura é possível também porque as hospitalizações causadas pela onda da Ômicron no país foram menores do que se temia inicialmente.

Os estabelecimentos, que estavam fechados desde meados de dezembro, agora poderão abrir das 5h às 22h, com capacidade reduzida e com regras de distanciamento social. O público também poderá assistir a eventos esportivos, ir a zoológicos e museus. Além disso, os clientes terão de mostrar um comprovante de vacinação ou de recuperação da infecção.

Durante a última semana, o Instituto Nacional de Saúde registrou um recorde de 366.120 casos, um aumento de 51% em comparação à semana anterior. Por outro lado, desde meados de dezembro, o número de pessoas com covid em UTIs vem caindo, chegando a 252 na segunda-feira, 24, segundo o Our World in Data.

No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson está suspendendo as últimas as medidas de isolamento. Na semana passada, o ministro britânico de Empresas e Energia, Kwasi Kwarteng, afirmou que as pessoas devem voltar ao trabalho presencial porque o mundo "precisa aprender a viver" com a covid

Também na semana passada, a França relaxou as restrições contra a Ômicron impostas em dezembro. As medidas serão escalonadas, começando em 2 de fevereiro. Casas noturnas poderão reabrir, não haverá limites de público em eventos abertos de esportes e entretenimento, as pessoas poderão voltar a consumir pipoca dentro dos cinemas e o uso de máscaras não será mais compulsório ao ar livre. Depois, protocolos em escolas, que entre outras coisas exigem que crianças usem máscaras durante as aulas, poderão ser relaxados.

Suécia

Em uma estratégia diferente, porém, a Suécia anunciou nesta quarta-feira que estenderá suas atuais medidas restritivas por mais duas semanas, enquanto a Ômicron se espalha rapidamente, segundo o ministro da Saúde. Com isso, bares e restaurantes têm que fechar às 23h e há um limite de 500 pessoas dentro de locais fechados com capacidade maior.

"Temos um nível extremamente alto de disseminação", disse a ministra da Saúde, Lena Hallengren, em entrevista coletiva. "As restrições devem permanecer em vigor por duas semanas. Se tudo correr como planejado e se a situação permitir, as restrições serão retiradas depois disso."

Nos últimos sete dias, a Suécia registrou cerca de 270 mil casos, mas a testagem limitada fez com que o governo acreditasse que o número real pode ser superior a 500 mil. A disseminação da Ômicron colocou pressão sobre o sistema de saúde, mas muito menos do que durante as surtos anteriores. (Com agências internacionais).

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