Um caso de febre maculosa, transmitido pelo carrapato-estrela, foi registrado na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. O professor da Escola de Agronomia Rommel Bernardes da Costa contraiu a doença em novembro do ano passado, após ministrar aulas externas nas proximidades do campus Samambaia. Segundo a UFG, ele se recuperou da infecção com o uso de antibióticos, passa bem e já retornou às aulas.
O professor contou que sempre teve contatos com carrapatos, por trabalhar em lavouras e plantações. No entanto, após uma aula em campo com os estudantes, começou a sentir fraqueza, dores nos rins e alterações na pressão arterial. Ele procurou atendimento médico e teve o diagnóstico inicial de suspeita de dengue, mas alertou o médico de que esteve em uma área habitada por capivaras, comumente hospedeiras dos insetos, e dois exames confirmaram a febre maculosa.
Depois disso, a UFG iniciou uma força-tarefa para combater o carrapato nas imediações do campus. De acordo com o diretor da Escola de Agronomia, Robson Maia, a presença de carrapatos infectados foi identificada na área, que foi totalmente isolada. Além disso, a universidade ministrou palestras para que os estudantes saibam identificar os insetos e se previnam das picadas.
Segundo a UFG, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia também realiza trabalho de prevenção e combate aos carrapatos na região das escolas agrícolas da instituição.
A febre maculosa é grave e pode matar se não houver tratamento. Ela é transmitida pelos carrapatos-estrela, que normalmente são encontrados em áreas onde vivem capivaras e cavalos, infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Após a picada, o inseto precisa ficar grudado na pele por quatro horas para que a pessoa seja contaminada.
Os sintomas, que são semelhantes ao da dengue e da febre chikungunya, com dores no corpo, dor de cabeça e febre, podem demorar de 5 a 14 dias para se manifestarem. Por isso, há dificuldades para o diagnóstico, o que pode ser fatal.