Cerca de 500 agropecuaristas da região da Estrada de Ferro participaram, ontem, pela manhã, de um dia de campo sobre Integração Lavoura-Pecuária e Floresta, na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri. O evento de divulgação da tecnologia, que tem a participação da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), é promovido pela Rede de Fomento ILPF, formada pela Embrapa e as empresas John Deere, Cocamar, Dow AgroSciences, Parker e Syngenta, e tem o apoio da Emater-GO, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e da Prefeitura de Ipameri. O sistema é econômico, favorece o solo e não causa sacrifícios ao meio ambiente. Ao contrário, o protege e encontra crescente aceitação dos produtores rurais. O presidente da Emater, Pedro Arraes, esteve presente.
Pesquisadores da Embrapa Cerrados foram palestrantes em duas das quatro estações programadas. Lourival Vilela falou sobre consórcio de milho com forrageiras na estação onde foram demonstrados diferentes consórcios de milho com gramíneas e leguminosas forrageiras. Ciclo, arquitetura e época da sobressemeadura de forrageiras na cultura da soja são os temas a serem apresentados por Sebastião Pedro e João Kluthcouski, que vão mostrar como a sobressemeadura da braquiária sobre a soja antes da colheita permite o melhor estabelecimento da pastagem e o aproveitamento da água da chuva.
Roberto de Freitas, professor da UEG (Campus Ipameri), falou sobre condicionantes para a ILPF, mostrando os efeitos sinérgicos nos aspectos técnicos e econômicos que melhoram a sustentabilidade e promovem a diversificação de receitas dos sistemas de produção. Já os consultores da Fazenda Santa Brígida, William Marchió e Vanderlei Oliveira, abordaram o desempenho animal e florestal no sistema ILPF, destacando os benefícios das interações dos componentes lavoura, animal/pasto e árvores para a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas.
As inscrições foram gratuitas e realizadas no local do evento, que se iniciaram às 8h. As visitas às estações foram realizadas de 8h30 às 13h.
Sobre o sistema
A integração de lavoura com pastagens ou de árvores com pastagens e/ou com lavouras é conceituada como o sistema que integra esses componentes em rotação, consórcio ou sucessão na mesma área. Promove a intensificação do uso da terra em áreas agrícolas e o aumento da eficiência dos sistemas de produção, bem como reduz a necessidade de desmatamento, além de mitigar a emissão de gases de efeito estufa. Pode ser adaptada para qualquer tamanho de propriedade, nível socioeconômico do produtor, infraestrutura de mecanização da propriedade e condições de solo e clima.
O interesse na adoção da ILPF está apoiado nos benefícios proporcionados pelo sinergismo entre os diferentes componentes do sistema. São inúmeros os benefícios potenciais, entre eles a melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, a redução de plantas daninhas e de doenças com origem no solo, a produção de forragem de qualidade para alimentação animal no período de entressafra e de palhada para cobertura de solo.
Devido aos benefícios potenciais, a ILPF foi incluída entre as tecnologias do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além disso, foi sancionada Lei 12.805/13, que institui a Política Nacional de ILPF, com o objetivo de fomentar novos modelos de uso da terra, aliando a sustentabilidade do agronegócio à preservação ambiental.