Deivid Souza Da editoria de Cidades
A Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) homenageou, ontem, os 35 anos do jornal Diário da Manhã e os 56 anos de fundação do jornal Cinco de Março. A cerimônia aconteceu no jardim do DM com apresentação da banda da PM-GO e entrega do título de Colaborador Benemérito ao editor-geral do DM, Batista Custódio, e outros três jornalistas que têm papel relevante na história do DM.
Além dos empregados e ex-empregados, parceiros e admiradores da empresa, a alta cúpula da corporação marcou presença para prestar a homenagem ao periódico. Nomes como o do comandante-geral da PM-GO, coronel Silvio Benedito, comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Divino Alves, presidente da Associação da PM-GO e Corpo de Bombeiros, coronel Ubiratan, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Urzêda e muitos outros comandantes de batalhões, cabos, coronéis, cabos e soldados. Policiais militares reformados de diversas patentes também fizeram questão de comparecer.
O editor-geral do DM, Batista Custódio; o editor-chefe de reportagem e coordenador de pauta, Ulisses Aesse; o repórter da Editoria de Política Hélmiton Prateado e o repórter da Editoria de Cidades Edson Costa receberam o certificado de Colaborador Benemérito da PM-GO. O comandante-geral da PM-GO, coronel Sílvio Benedito, em seu discurso, fez questão de elogiar a postura do DM, por defender “diariamente a liberdade, a igualdade e a fraternidade”. Benedito ainda ressaltou que o trabalho das duas instituições tem um grande objetivo comum, a “liberdade”. “(o jornalistas do DM) Sempre foram parceiros da Polícia Militar, mostrando para a sociedade as nossas falhas, os nossos erros, mas também mostrando quando acertamos, quando nossas assertivas são proativas”, destacou.
O comandante de policiamento metropolitano de Goiânia, coronel Divino Alves, também reconhece a importância do DM para a sociedade. “O Diário da Manhã, um dos periódicos mais lidos de Goiânia, tem sido parceiro da Polícia Militar, tem colocado as coisas de uma forma clara, com transparência e principalmente mostrando a verdade dos fatos, aquilo que de fato aconteceu com total imparcialidade e transparência”.
Com músicas clássicas e populares, a banda da PM-GO animou o evento que harmonizava com a agradável manhã enfeitada pelos vários elementos naturais e artificiais do jardim do DM. Como forma de demonstrar a importância da homenagem, a banda utilizou um uniforme especial, o fardamento tradicional de 1858, quando começou a existir as forças de segurança no Estado de “Goyaz”. “Isso é um reconhecimento que a nossa corporação tem para com esses trabalhadores da imprensa que são esses baluartes, como o senhor Edson Costa”, justifica a homenagem o assessor de comunicação da PM-GO, tenente-coronel Ricardo Mendes.
Valores comuns
A homenagem da PM-GO foi recebida com muito apreço pelo DM. O editor-geral do jornal, Batista Custódio, em sua breve fala, lembrou do tempo em que ficou detido quando o Brasil ainda vivia a ditadura militar, mas valorizou o proveito que pode tirar daquele tempo. “Eu aprendi o que é importante, eu aprendi o valor da liberdade e sua importância”.
Esse valor tem sido uma das principais bandeiras do jornal. Ao longo de anos, mesmo diante das adversidades, sejam elas de quais natureza forem, todos esforços têm sido colocados no sentido de manter essa característica. Um delas é o caderno Opinião que publica todos os dias dezenas de artigos de pessoas que se comunicam com o jornal. “O DM sempre teve essa qualidade e esse é o nosso foco, liberdade de imprensa. Nosso trabalho é levar informação de qualidade com transparência, mas também provocar a sociedade sobre questões relevantes para que ela reflita sobre quais caminhos está tomando e possa discernir sobre o que é melhor para si. Nós entendemos que esta homenagem da Polícia Militar significa que a nossa proposta está sendo entendida e bem aceita”, avalia o editor-chefe de reportagem e coordenador de pauta, Ulisses Aesse.
Em suas palavras, durante o evento, o repórter de Política do DM Hélmiton Prateado, um dos homenageados de ontem, retribuiu o reconhecimento. “A PM é uma corporação de valores nobres que trabalha para a edificação da virtude e o combate constante aos vícios”.
HISTÓRIA
O jornal Diário da Manhã foi fundado em 12 de março de 1980. O periódico chegou a ser fechado durante a ditadura, mas foi reaberto mais tarde e hoje a empresa contempla o jornal impresso, o site de notícias DMOnline, o mais acessado em Goiás e o DMTV, o único canal de Goiás na internet.
“Pai” do jornalismo policial é reconhecido pela categoria
Durante a homenagem, uma das pessoas mais prestigiadas foi o jornalista Edson Costa, que foi um dos três profissionais do DM a receber a honraria da PM. Com 80 anos, e ainda em atividade, ele prestou importantes serviços à imprensa goiana e à PM-GO. Os afagos de ontem eram um termômetro do que ele significa para a corporação e para a imprensa de Goiás.
Edson Costa fez carreira por vários veículos de comunicação do Estado, a maior parte dos anos escrevendo para o DM, onde fez amigos e muitos discípulos. É grande o número de profissionais que dividiram o ambiente de trabalho do jornalista e se orgulham em ter trabalhado com ele. “Ele ensinou a todos nós, repórteres de polícia, hoje em atuação em Goiás, como que é ser repórter de polícia. O pai do jornalismo policial goiano é o Edson Costa. Justíssima a homenagem prestada a ele”, reconhece a jornalista Rosana Melo, que hoje trabalha no O Popular. “O Edson é um professor que conhece como poucos a arte de entrevistar, de investigar. Não só eu, mas vários aprendemos muito com ele. Muita competência, além do caráter e da humildade dele”, enfatiza o ex-colega, Aulus Rincón, que trabalhou por cinco anos com Edson e passou por grandes veículos da imprensa goiana.
Policiais que atuavam na rua à época que Edson acompanhava o andamento de ocorrências da PM, e hoje executam funções estratégicas na corporação, como o coronel Paiva, fizeram questão de assistir o reconhecimento ao trabalho do jornalista. “Na época que o Edson fazia aquelas reportagens policias da Rotam, eu trabalhei na Rotam por sete anos, o Edson sempre acompanhou nosso trabalho, sempre esteve muito presente. Me dá muita honra estar nesta homenagem prestada ao Edson Costa”.
OLIVETTI
O simpático senhor que escreve sobre notícias policiais há mais de 40 anos e atuou vários outros no esporte não abandonou a máquina de escrever. Sua companheira fiel das reportagens que ainda abrilhantam as páginas do DM rompe diariamente o silêncio das manhãs na Redação. Os toques lentos e constantes são encaminhados a uma digitadora que o auxilia diante da incompatibilidade técnica entre a Olivetti e os computadores. “Ter um profissional como o Edson trabalhando conosco é motivo de muito orgulho. Ele é um profissional sério, muito competente e que tem seu lugar na história de nossa empresa e também na imprensa goiana. A homenagem da PM é sinal disso”, comenta o editor-chefe de reportagem e coordenador de pauta, Ulisses Aesse.
O olhar reflexivo de Edson e os passos lentos não expõem o bom humor do senhor – marca registrada – e a seriedade com que o fez adquirir muitos admiradores e amigos. Mesmo com tantos anos à frente de uma linha de jornalismo pesada, que diminui a sensibilidade de muitos profissionais, Edson não mudou. A história do caso de um garoto de oito anos, assassinado com requintes de crueldade ainda o emocionam, mesmo muitas décadas depois. “Até hoje, eu me lembro dele, eu tenho o jornal lá em casa e de vez em quando eu leio porque é uma história que me comoveu e me comove até hoje”, conta bastante emocionado.
Quando perguntado sobre quando pensa em encerrar a carreira, a resposta é muito franca, outra característica do jornalista. “Se fosse só a chuteira, dava um jeito, mas está tudo pendurado aqui em mim, aqui em mim está tudo pendurado. Você não vê nada inteiro aqui”, diz bem-humorado com uma longa gargalhada em sequência.