Andréia Pereira e Ludmilla Moreira - O vídeo de um idoso sendo retirado por guardas civis metropolitanos de um local da Unidade de Pronto Atendimento do setor Jardim Itaipu, em Goiânia, está circulando nas redes sociais. As imagens causaram indignação na população e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) se posicionou sobre o caso.
De acordo com o subcomandante da GCM, Valdimir Passos, o episódio se iniciou quando o idoso foi ao Cais procurando atendimento por causa de uma sinusite. Ele ressalta que nas unidades de atendimento da rede pública, geralmente, os casos são classificados em mais ou menos urgentes e por ter seu quadro clínico classificado como menos prioritário o idoso precisou esperar pelo atendimento.
O paciente estava no local desde o período da manhã, quando se irritou pela primeira vez e, segundo o subcomandante, foi orientado pelos guardas a voltar para a casa, esperar um pouco e retornar mais tarde. Quando retornou, ainda no período da tarde, o idoso reclamou uma outra vez da demora e iniciou uma discussão com a recepcionista do local.
Os guardas foram acionados. De acordo com Valdimir, os profissionais da segurança apenas fizeram a mediação do conflito. No momento em que eles chegaram, o idoso teria, segundo o subcomandante, tentado tomar uma pistola de imobilização de um dos guardas. Um outro reagiu, tentando segurar o homem, que se jogou no chão. Nesse momento, pacientes que estavam presente na unidade iniciaram as filmagens que circulam nas redes sociais.
O idoso foi levado para uma sala, na tentativa de que a integridade física dele fosse preservada, informa Valdimir. De acordo com ele, os guardas que aparecem no vídeo são os mesmos que orientaram o idoso pela manhã. No total, três guardas atuaram no caso.
Na outra sala, o homem se jogou no chão mais uma vez. Ele foi encaminhado para o 20º DP por desobediência e desacato, devido à discussão com a recepcionista e por não ter obedecido ao pedido dos guardas. Na delegacia foi registrado um TCO, pontua o subcomandante.
O idoso também foi levado para o IML e, segundo o laudo, ele não sofreu qualquer lesão devido ao conflito que ocorreu na unidade.
Segundo o subcomandante, o paciente, na delegacia, declarou que não sofreu agressão e que ele se exaltou por causa da demora. Valdmir declara que a Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana já instaurou um processo e foram solicitados depoimentos tanto dos profissionais que estavam na Unidade de Pronto Atendimento quanto dos pacientes.
Os guardas não foram afastados. O subcomandante explicou que enquanto as apurações ocorrem os profissionais continuam atuando na segurança. "No vídeo não aparecem cenas de agressão ou de qualquer tipo de excesso, no depoimento colhido pela polícia o idoso também confirmou que não foi agredido e por não haver indícios de violência não serão tomadas medidas de afastamento", declara.
Ele afirma também que, se a Corregedoria constatar que ocorreram excessos, os guardas serão punidos. "Eles não serão eximidos de suas responsabilidades", pontua.
Posição da Secretaria Municipal de Saúde
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que Sesmar Vieira tem sido atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2008, e que ele passou por tratamentos na Santa Casa de Misericórdia, Ambulatório de Psiquiatria, Crer, Cais de Campinas e Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (Crof).
Ainda foi ressaltado que uma nova consulta foi agendada para esta quinta-feira (26), no Centro de Saúde da Família do Real Conquista. A secretaria ainda informa que o paciente será acompanhado pela equipe de saúde para verificar a atual necessidade dele e realizar o devido encaminhamento.